segunda-feira, 29 de abril de 2013

5ª Edição Raid Atlético - 2013

21 de Abril de 2013

VALE DE BARRIS – Palmela
Em 21 de Abril p.p. realizou-se o Trail de Vale de Barris, uma das provas que faz parte do Circuito ATPR – Associação de Trail Running de Portugal.
Esta é uma prova com classificação TL/M ( Trail Longo Moderado) com distância de 30 Km e desnível positivo de 650 m .
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Tratou-se de uma aventura desportiva em regime de auto-suficiência , sendo os participantes portadores do seu próprio abastecimento, sólido e liquido. O percurso foi percorrido em estradões de terra batida e trilhos, num cenário de excecional  beleza natural que o Vale de Barris e a Serra do Louro proporcionaram.
O dia estava limpo, sem nuvens e sem vento,  com um sol primaveril que deixava antever uma temperatura após o meio-dia de mais de 20 graus. Algo quente para uma prova desta natureza em que é disputada entre montes e vales e , por vezes, com vegetação  alta.
Estavam inscritos cerca de 150 atletas, de ambos os sexos e de vários Clubes.
Chegámos bem cedo ao local de partida -  Clube de B.T.T de Vale de Barris, Palmela – pelas 07:30 na companhia do nosso motorista Paulo Pais e no outro carro o  Manuel Pereira que estava incumbido da tarefa de levantamento dos dorsais , com os respetivos sacos contendo a t-shirt técnica e outros brindes que se faziam acompanhar.

Ao levantar os referidos sacos deparámo-nos com a primeira novidade. Na t-shirt estava estampada a altimetria da prova que se tornou novidade com os sucessivos altos e baixos . Os atletas que já tinham participado em anteriores edições começaram a estranhar o percurso e as sucessivas elevações. Mas quanto a esta questão já lá iremos.
Lá foram chegando outros colegas do Clube Millenniumbcp e muito antes das 8:30 já todos os dorsais tinham sido entregues.
Muito bem, iniciaram-se os aquecimentos da praxe 15 m antes da partida, foto de grupo tirada e início do briefing pela Organização.
Com as habituais boas vindas e apresentação da prova que este ano seria feita ao contrário, isto é, a partida iria ser em direção a Palmela ao contrário da habitual subida inicial aos moinhos. Ficámos todos a saber que a organização tinha estendido o tempo limite de prova de 4:00 h para 4:30 h facto que nos deixou logo preocupados, pois, sentíamos que o percurso iria ser mais duro que as habituais edições anteriores.
Pelas 09:00 e mais qualquer coisa foi dada a partida para os 30 Km de Vale de Barris. De referir que se tratava da minha primeira prova de trail. Sem qualquer experiência neste tipo de provas, iniciámos a rolar pela estrada alcatroada, facto que me deixou bastante agradado, mas durou pouco ! Após 1.000 m virámos à esquerda para iniciarmos a primeira subida. Primeiro rolou-se por um estradão até estreitar por um trilho que passou a degraus de escadas até ao cimo do monte. Aí começámos a correr a uma cadência de 5:15 / 5:30.
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Os primeiros 10 Km poderemos considerar terem sido os mais fáceis. Foram aqueles onde os atletas poderiam imprimir uma cadência de corrida mais rápida. A partir daqui começou verdadeiramente o “calvário”. A prova passou a ser de uma exigência muito técnica, com um percurso que era feito inicialmente em corrida sim, mas com um desnível algo acentuado . 
Naturalmente que os atletas do Clube com mais experiência neste tipo de provas foram-se destacando. O Eduardo Rodrigues, o Miguel  Cruz e Manuel Pereira passaram por mim como umas flechas ! A partir daqui fiquei entregue a mim mesmo. Corri cerca de 20 Km sozinho com muito pouca companhia, mesmo de atletas de outros Clubes dado que os mais rápidos já tinham passado por mim e os mais lentos estavam ainda para trás .

O grau de dificuldade aumentou com o facto da prova ser de auto-suficiência. A água começou a escassear nos nossos bidões e mesmo os sólidos também. Mas, eis senão quando, aos 16 Km em plena Serra de S. Luís estava um posto de abastecimento com mesa montada e arcas frigoríficas contendo as famosas “minis” bem fresquinhas. Aproveitei para encher o “depósito”  com 2 “bombinhas” que me souberam pela vida. 
A prova prossegui agora com o físico e a alma retemperados . Mas, mal sabíamos o que estava para vir. Continuámos a subir até atingirmos um Posto de Vigia, local onde se podia vislumbrar uma vista das mais belas que jamais vi naquela zona. Era a península de Troia com todo o seu esplendor e beleza. Bom, mas se subimos até ao ponto mais alto esperava-nos  uma descida muito acentuada, extremamente técnica , local onde era necessário muito treino e sabedoria para não existirem quedas. Claro que este menino habituado a rolar em estrada, escusado será dizer que foi passado por uma quantidade de atletas, pois, efetuei a descida agarrado a tudo quanto podia deitar a mão.
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Rolámos, em seguida, pela zona de Pedreiras existentes na área atingindo aí os 20 Km’s . Faltavam ainda 10 e a parte ainda mais intensa, salvo melhor opinião . Isto por que a exigência da prova já tinha sido demasiada e faltava o percurso mais difícil . Ao atingirmos o Parque de Merendas , repleto de pessoas a “piquenicar” e com um cheirinho a febras na brasa (alguns atletas disseram no fim que foi isso que os trouxe até final) iniciaram-se os 5 Km’s mais demolidores que jamais fiz na minha vida.

Aqui cruzo-me com o nosso Pedro Silva que, apesar de não estar inscrito, estava a fazer a prova ao contrário julgo para ir ter com alguns dos nossos colegas que vinham mais atrasados e me disse: “ vai com muita calma porque a partir de agora vais ter umas subidas muito fortes …” Apeteceu-me atirar a toalha ao chão. Já me faltavam as forças e o Pedro a dizer-me aquilo …    
Sucederam-se, então,  subidas, subidas e mais subidas de pura escalada até atingirmos, finalmente o estradão com cerca de 2 Km que nos iria trazer até à Meta. Aí, nesse ponto, estava um membro  da organização que me disse: “ vá está feito … agora é tudo a descer … “ Mentira. Estes 2 km’s nunca mais acabavam e não eram só a descer. Foram os piores e os melhores 2 Km’s que fiz. Claro que nas subidas já não dava para correr. Era a passo e muito lento.
Após uma curva à direita e a subir  lá estava a Meta à nossa espera . Que bom !!! Estava terminada mais uma prova. E que prova.
Agora era tempo de retemperar as forças perdidas com sólidos e líquidos que a organização nos colocava à descrição. Depois foi tempo de um belo duche retemperador com água quentinha quanto bastasse e … a tão desejada FEIJOADA COM ARROZ. O almoço estava muito bom e serviu para repor todos os níveis que se perderam durante a prova e não foram poucos.   
Por fim a classificação dos atletas do Clube Millenniumbcp:
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Até para o ano que vem, se existirem pernas, pulmão e alma para a prova.
António Rui Veloso

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