quinta-feira, 8 de setembro de 2011

24.ª Edição do Triatlo do Ambiente - 2011

Realizou-se em Oeiras uma das mais emblemáticas provas de triatlo nacionais

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Dia 10 de Junho, dia de Portugal, é a data que tradicionalmente a Federação Portuguesa de Triatlo e a Câmara de Oeiras escolhem para realizar uma das mais emblemáticas provas de triatlo nacionais. Esta prova é efectuada tradicionalmente em duas partidas distintas:
. a Prova Aberta, escolha natural dos Não Federados e ainda das equipas de estafetas, cujo arranque é às 9h30;
. e às 11 da manhã, a Taça de Portugal, escolha natural dos Federados.
Dos 642 atletas que disseram presente - que constituíram um novo recorde de participações em provas de triatlo -, o Clube esteve representado por 22 atletas, a sua larga maioria inscritos na prova dos Não Federados.
Se a participação numerosa já constituiu uma surpresa muito agradável, não sendo o objectivo prioritário, as classificações também se revestiram de muitas surpresas agradáveis, pois senão vejamos: das 19 estafetas inscritas, a Estafeta do Clube era a única Feminina. E se pensavam que estava destinada aos últimos lugares, pois desenganem-se que alcançaram o 3.º lugar.
Ainda na prova Não Federados:
. Gonçalo Rodrigues - 1.º lugar no Escalão Júnior;
. Eduardo Ferreira - 1.º lugar no Escalão Seniores (entre mais de 50 atletas...);
. Veteranos 1 - Rui Ramalho, Octávio Lopes e Paulo Marau, tomaram de assalto os 3 primeiros lugares;
. Veteranos 2 - Manuel Rodrigues 1.º lugar e Pedro Caeiro alcançou o 3.º lugar;
. Veteranas 1 - Maria Gabriel 1.º lugar.
Os atletas federados, Albano, João Silva, e Pedro Quaresma, todos melhoraram os seus tempos nesta distância - é mais do que "missão cumprida". Em resumo, uns estrearam-se enquanto Federados, outros na modalidade, o que é certo é que: todos concluíram!!
Mais importante que as datas, as classificações, os números, são os comentários dos associados que estrearam-se numa modalidade que parece reservada a poucos, mas que afinal, poderá estar ao alcance a todos que acalentam secretamente experimentar esta modalidade multidisciplinar, mas ainda não ousaram dar esse passo. Vejamos os testemunhos dos atletas:
Foi num abrir e fechar de olhos e... já está! Sem dar por isso estou a completar o meu primeiro triatlo. É claro que como estreante e não federada integrei a prova Aberta deste evento. E... aconteceu tudo muito rápido! Desde a entrada e saída da água após 300 metros a nadar, para a colocação do capacete e montar a bike, pedalar e pedalar rápido durante 10 km para rapidamente calçar os sapatos da corrida para velozmente estar já a percorrer 2,5 km que se esgotam muito depressa na linha da meta. É viciante. Enquanto nadas, já pensas em pedalar. Enquanto pedalas, já pensas em correr. Enquanto corres pensas em chegar o mais depressa possível à meta e quando terminas.... já está? É a insatisfação na conquista da satisfação.
Maria Gabriel Ribeiro
Apesar de não me sentir "pressionado" pelas conversas de balneário, pois a competição, em todas as provas que faço, é sempre comigo mesmo, o que é certo é que não dormi nada na noite anterior pois passei todo o tempo a: calçar os ténis; vestir a camisola; colocar o dorsal; tirar a touca; colocar o capacete; pendurar a bicicleta; tirar o capacete; virar o dorsal... Enfim, a coisa não me saía da cabeça e o que é verdade é que, tal foi o treino mental, que este aspecto correu bem nas transições - já não foi bom o facto de ter ultrapassado, sem notar, o ponto de referência do local onde tinha estacionado a bicicleta e ter demorado a dar com ela (não porque houvessem muitas iguais, mas...). Mas começando do princípio da prova:
1. A Natação - Aquilo é que foi descansar! A máquina de lavar devia estar num programa de roupa delicada e, apesar de quase ter morrido envenenado por beber tanta água salgada, o que é certo é que não senti grande desconforto com o contacto físico (deve ser por treinar com o HL sempre a tocar-me nos pés...), nem me senti cansado ou com a frequência cardíaca muito elevada. Creio ter sido útil o facto de me ter concentrado na técnica e ter mantido o mais possível um dos braços à frente - favoreceu o deslizamento e manteve à distância as barbatanas caudais dos tubarões. Sair da água é que foi o diabo... recuperar a posição vertical mostrou-me um mundo novo - felizmente uma voz familiar, a do PQ, incitou-me a prosseguir e foi o que maquinalmente fiz. Estava tão distraído com tudo aquilo que dei por mim à procura do jacto de água doce dos bombeiros para lavar os pés durante a subida - em vez de me concentrar na corrida para chegar rapidamente à zona de transição...
2. O Ciclismo - Começou bem, começou. Não encontrava a minha bicicleta! Tive de parar (ia dizer para pensar, mas isso eu não consegui), respirar fundo e procurar pela largura dos pneus. Assim encontrei-a facilmente. Agarrei-me a ela e lá fui eu fazer algo que não gosto nada: devorar alcatrão. Felizmente o arrastar dos pneus e a chiadeira da transmissão (que lá experimentou relações que estavam por estrear: 3/7; 3/8) foi-me distraindo da tarefa que tinha em mãos. Também ajudou um fulano numa máquina de rodas finas que nas subidas se colava a mim como uma lapa para depois sair catapultado para a frente sem me deixar juntar a ele para ser rebocado - um amigalhaço. Mas estava a terminar o martírio...
3. A Corrida - Pensava eu. Mas nada era mais falso: correr, depois do que tinha acontecido até ali é algo indescritível. Os primeiros momentos (metade da distância quase) são como uma sessão de fisioterapia: educamos os músculos para fazerem uma coisa que lhes custa. O resto é fácil, e eu estava tão eufórico que até imprimi um ritmo mais elevado, mas a distância a percorrer acabou. E essa foi, provavelmente, a minha sorte, pois se a coisa durasse mais um bocadinho eu não sei se não cairia para o lado...
4. O Final - Foi fantástico - o fim da epopeia, ainda por cima em boa companhia e apoiado pelos mentores do projecto a quem também eu quero agradecer. Espero que me permitam continuar a "atrapalhar-lhes" o treino, atrasando-os, aborrecendo-os e fazendo barulho (sim, a minha respiração, em sofrimento é muito ruidosa), pois é algo que me dá um enorme prazer e motivação: treinar convosco. Convosco e com todos os outros amigos com quem também gosto muito de treinar e a quem também agradeço a paciência. A prova do dia 10 de Junho aconteceu durante uma fase conturbada da minha vida já que, entre as minhas ocupações extra-laborais (sim, porque eu é que sou o presidente, não da Junta, mas da Sociedade Familiar e Recreativa da Malveira da Serra, a minha aldeia) e os ensaios da Filarmónica, ainda se vieram intrometer problemas de saúde da minha sogra e até o azar do meu cão ter apanhado febre da carraça. Isto deitou por terra o treino/descanso que era suposto respeitar no período pré prova (bem como também não deviam ter feito parte da dieta as "D.ª Ermelinda", mas isso é outra história...). Esta não é uma desculpa para os resultados obtidos, pois como já referi, a minha competição é contra mim próprio. É apenas a afirmação da vontade de voltar para o ano para saber se, em circunstâncias "normais", consigo levar a bandeira um pouco mais à frente.
Paulo Marau
Abordei esta prova não no sentido de competição, mas sim como a 1.ª vez em que iria praticar 3 modalidades diferentes em curto espaço de tempo. É lógico que há sempre competitividade, mas não era esse o meu objectivo, até porque no domingo a seguir tinha um compromisso valente.
A natação, apesar de serem 300m, para os quais treinei afincadamente as últimas semanas. A "coisa" até parecia que estava a correr bem de início, depois é que veio a "hecatombe"..., nunca tinha bebido tanta água em tão curto espaço de tempo!, nem nos anos todos em que pratiquei natação mais a sério. Depois de dar a volta à 1.ª bóia, lá fui integrado no pelotão, levando e dando umas palmadas e quiçá uns pontapés. Nada de extraordinário ou que fizesse pôr em causa a restante prova. A saída da água, correu bem, se bem que a subida depois de saíres da água eleva as pulsações lá bem para cima.
A transição, ora aqui está o meu "calcanhar de Aquiles"!, pois para além de ter entendido que era para irmos com as cores do Clube, lá vesti a muito custo (o corpo estava molhado, é obvio) e com ajuda de um elemento da organização, a camisola do Clube, para ficar bonito para as fotografias..., errado!. Os atletas do Cube ou já iam com as cores do Clube, ou então ignoraram este facto e muito bem. Escusavam de perder tempo e ainda calcei umas meiazitas... também não tive sorte com o top que me calhou em sorte. Mais parecia uma brasileira acabadinha de chegar do Brasil, com o pneuzinho à mostra. Há fotografias a documentar, infelizmente...
A Bicicleta, faz diferença e muita, para quem vai com uma "coisa" com duas rodas, ainda por cima de BTT, e vai com um "canhão" de estrada. Se bem que ultrapassei muito atleta neste segmento, também não deixa de ser verdade que fui ultrapassado por 3 atletas com "canhões" de estrada. Foram só 3, nada mau. E rolei a um bom ritmo, sozinho. Não valia a pena colar a outros, pois eram mais rápidos, ou esperar, eram mais lentos. Este segmento correu melhor que o anterior. Qual a diferença?, não havia água à mistura...
A Corrida, segmento onde estarei melhor e aqui também me fartei de passar atletas. A par da bicicleta foi dos que correu melhor. Nada a assinalar, meti um ritmo que me permitiu, andar bem sem exageros.
Como resumo, gostei! É provável que volte a repetir. Provavelmente com material emprestado, bicla e fato. Ou se até lá conseguir adquirir pelo menos o fato. Faz muita diferença, estes 2 "pormenores" e treinar a transição, já não me enganam. A camaradagem, a entreajuda, a alegria e a simpatia, é a par das vitórias alcançadas nos diversos escalões o que fica deste evento.
Jorge Lanzinha
Adiei várias vezes a minha participação num triatlo, devido ao segmento de natação, mas desta vez aceitei o desafio para participar e lá fui eu treinar quase todos os dias 350m. No dia da prova, preparo o equipamento e deixo a bicicleta num local estratégico, escolhi a porta da carruagem, é uma boa referência. Temos tempo para fotos, colocar a conversa em dia e testar a água até onde consigo ir a pé, não tive sorte.
Partida, uma confusão todos ao molho na água, começo a nadar nas calmas e vejo que não sou o último, passo a primeira bóia, a segunda e continuo a ver muitos atletas atrás de mim. Saiu da água tenho logo a reacção da minha claque, Eduardo não foste o último, está dado o mote para os restantes segmentos.
Transição: a velocidade e a noção do tempo é espectacular. Na prova tive a sensação que estava sozinho, quando olhei para as fotografias nem queria acreditar tantos atletas a fazer a transição. Com a pressa coloquei mal o capacete, fui mandado parar e colocar o mesmo direito, maçarico.
Segmento Bicla: espectacular, tive a sorte de agarrar o Octávio e em conjunto com ele fizemos o percurso bastante rápido.
Segmento Corrida: teoricamente o meu segmento mais forte da actualidade, e como tal sai bastante rápido, consegui manter o ritmo até cortar a meta.
Eduardo Ferreira
Mais uma vez, quando estava na água, não me saia da cabeça um pensamento: "Com tanta água à minha volta, porque é que estes "tipos" não saem de cima de mim?"
Manuel Rodrigues
"Para que é que andei tanto na bicicleta, se agora (na corrida) até as miúdas passam por mim? Definitivamente antes de uma prova de triatlo convém treinar um pouco de corrida."
Gonçalo Rodrigues
Entrada na água, tudo branco devido aos quase 2 mil membros (mil braços e mil pernas) a movimentarem-se. É completamente alucinante.
Hugo Luz
Quando vi a linha de partida para a água passou-me: "Não sou só eu que sei porque não fico em casa...". Quando vi a linha de malta à saída da água: "Que loucura é esta...? Campeonato do Mundo...?". Quando vi o apoio da malta nas transições: "Não estou sozinho a fazer isto... esta malta toda está a curtir tanto quanto eu! "Quando o Eduardo me apanhou e formámos equipa: "Que espírito!!".
Octávio Lopes
Acabei a prova satisfeito por ter conseguido o objecto de terminar e por ter realizado um sonho antigo, mas ficou a sensação de que poderia ter feito melhor... será? Se calhar não, porque dei o litro e quando é assim nada a dizer. Após superado o desafio, cada um o seu, passámos a ter um sentimento comum, que é sentirmos o gozo de ter conquistado algo pessoal para a qual tivemos (todos) focalizados durante as semanas anteriores, confirmámos com esta experiência que, quem pensar que é só chegar no dia da prova tirar umas fotos e "bora aí fazer um triatlo", está completamente enganado. Por isso, só o desporto, convertido em trabalho continuado, tem a magia de nos proporcionar o prazer de missão cumprida quando é posto à prova em competição. É para continuar? Claro que sim, mas mais aquatlo... tenho que arranjar "tempo" para comprar uma bike L. Tudo o resto! Grande ambiente... quase perfeito!
Filipe Horta
Experiência desportiva: "Excelente". Adesão aos estreantes e restantes elementos que já "triatlaram" bastante: "Acima de todas a expectativas", nunca antes vistos (no mínimo desde há mais de quatro anos que participo em provas desportivas na representação do nosso Clube - vertente da Natação - e que vou acompanhando as notícias divulgadas noutras modalidades que também me dizem algo). Adorei participar e o ambiente nos elementos do Clube, "não há palavras", para repetir!! "Claro que sim...".
Fernando Serra
O espírito de grupo, a entreajuda constante antes e durante a prova, e o prazer de concluir uma prova destas, são sensações que nunca vou esquecer. Contem comigo para a próxima oportunidade que surgir!.
José Teixeira
Bicicleta emprestada (obrigado Caeiro), top emprestado e ensinado (obrigado Lomba), e o nervoso miudinho normal destas situações eram mais do que suficientes para ser uma manhã para recordar no futuro. Treino mono (quase só corrida) e prova TRI. Natação: correu muito bem. Bike: correu ainda melhor. Corrida: já conhecida mas esqueci-me de deixar de pedalar nos primeiros metros. Depois, mais km houvesse mais rápido correria. Missão cumprida e com cereja no topo do bolo. 1.º no escalão V1. Excelente!
Rui Ramalho
Para quem faz triatlo há já alguns anos, e sendo eu um dos pioneiros da modalidade em Portugal, posso dizer que este Triatlo de Oeiras não foi "mais um triatlo "... Quando em 1987 fiz o meu primeiro triatlo de Cascais (olímpico), fiquei logo apaixonado por este desporto que juntava 3 das modalidades que mais gostava de fazer em (mais) jovem. Nadar, andar de bicicleta e correr. Nunca vou esquecer a sensação de felicidade de terminar o meu primeiro triatlo. É uma sensação única, indescritível, só comparável talvez a terminar a 1.ª maratona. Todos os triatlos têm a sua magia própria. Há muitas variáveis em jogo, tudo pode acontecer. É essa incerteza que vai do início ao fim da prova e a tentativa de nos suplantarmos que nos apaixona neste desporto que abracei complementando o meu desporto de sempre: a natação. As variáveis, como o disse, são imensas. As que controlamos e as que não controlamos. Nas primeiras, estão por exemplo o estado do tempo, o estado do mar, os furos e quedas no segmento de bike e nos segundos, naqueles que controlamos estão a nossa capacidade, a nossa força física e mental que estarão afinadas ou não, fruto do trabalho do treino que antecedeu o evento. É um desporto viciante! Quem o experimenta, não vai ser o mesmo nunca mais. Mas é um vício saudável que nos ajuda a crescer como pessoas e como desportistas. Ao constatar que neste Triatlo de Oeiras iriam estar presentes pela primeira vez tantos companheiros do Clube, fiquei muito agradado e pensei isso mesmo. Vão adorar este desporto e esta prova de Oeiras em especial, é uma prova perfeita para todos se iniciarem. É certo para quem está em Lisboa, o cenário é magnífico, a estrada e percurso de bike e corrida é quase sempre plana e em bom estado, enfim estão reunidas todas as condições para se sair dali satisfeito. E assim foi. Para além de tentar melhorar a minha marca pessoal, tive o prazer de ver todos os "novatos" a darem o seu melhor, a falharem pormenores tantas vezes falados, mas também a acertarem outros. Este desporto tem muitos "pormenorzinhos" que todos somados dão dezenas de minutos no tempo final, como puderam verificar. Uma coisa é certa. Estamos sempre a aprender. Na próxima será melhor. E era nisso que vos pedia para meditarem. O triatlo como puderam comprovar não é nenhum bicho de 7 cabeças. Vocês foram capazes e outros serão também. Sempre que possível participem! Vão adorar!
João Silva
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