segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Maratona de Sevilha 2016 – Estreia para cinco candidatos a maratonistas


Relato do José Carlos Faria

Há cerca de um ano, um ano e meio, surgiu a ideia de eu e o Mário Marcelino, fazermos a nossa 1ª maratona. Para tal escolhemos a de Sevilha por ser a mais plana. Convidámos também a Paula Batalha que aceitou o desafio, mas acabou por não poder estar presente. Mais tarde a Carla Ribeiro, mulher do Mário juntou-se a esta aventura. Iniciamos os treinos, e ao fim de poucos treinos o Mário lesionou-se, e devido à lenta recuperação começou a pôr em causa conseguir correr os 42,195km.  Eu continuei o plano previsto sem nunca falhar, o que me custou bastante devido muitas vezes os treinos terem de ser feitos debaixo de chuva e muito vento.

Mas passemos ao fim de semana da loucura. Saímos de Lisboa dia 19 cerca da 07:30h, rumo a Sevilha. Eu, o Mário, a Carla e a minha mulher que me deu apoio em dois ou três pontos da prova, num deles, +- aos 20km, previamente combinado, passou-me a minha bebida isotónica. Em Sevilha  ficamos num apartamento excelente, aqui um agradecimento à Paula Batalha, porque foi sugestão dela. O dia de sexta foi para  levantar os dorsais, que ficava longe donde estávamos instalados, e dar uma pequena volta não muito cansativa pela cidade. Sábado, como não sabíamos onde ficava a partida e não havia nenhuma indicação fizemos uma caminhada de +- 10  km para descobrir a linha de start. Durante a tarde os homens ficaram a descansar, aproveitando eu para preparar tudo para o dia seguinte sem me esquecer de nada. As senhoras lá foram visitar monumentos e museus. Nesta noite o stress era tanto que quase não dormi, mas já faz parte destas aventuras, pelo menos para mim.

Domingo dia D, saímos de casa às 07:00h para apanhar um autocarro para a partida, que gentilmente a minha mulher na véspera foi ver de onde eles partiam. Demoramos cerca de 20 minutos até chegarmos ao Estádio da Cartuxa. Fomos deixar os sacos com a roupa na porta N, para a muda depois da prova, e lá fomos para os blocos de partida, no meu caso e da Carla,  o último + de 4 horas, o Mário partia mais à frente mas decidiu partir com a mulher. Às 9 horas em ponto é dada a partida. Até aos 20km fomos os 3  juntos, depois após indicação do Mário comecei a correr um pouco mais rápido. Até aos 32km ia  dentro daquilo que eu tinha previsto, mas depois chegou a quebra e só consegui  acelerar quando faltava cerca de 1km para a meta. Ao cortar a linha de chegada, a sensação de dever cumprido, é indescritível, é uma alegria tal que faz com que as lágrimas nos  venham aos olhos, uma satisfação  que deixamos inclusive de pensar no cansaço. O tempo para esta minha primeira maratona, não era importante, mas aqui fica para registo, 04:29:26h.

Em relação ao traçado, apesar de ser plano tem retas muito longas, e foram mais essas retas que me fizeram  abanar, mas não desistir, afinal de contas um TUGA nunca desiste. Foi nestes momentos que me vieram à cabeça, todas as palavras de incentivo e principalmente de conselhos que ao longo do ano fui ouvindo, de todos os grandes atletas que fazem parte do grupo do qual me orgulho de pertencer.

O apoio popular era enorme, sempre a dar animo aos atletas, por vezes corriam um pouco ao lado deles, por vezes ouvia as palavras “animo português” ou “vamos Portugal”, isto porque eu tinha a bandeira portuguesa na minha camisola. Além de espanhóis haviam também portugueses a apoiar, e nessa altura sentia mais vontade de correr.

A logística estava 5 estrelas, tanto a nível médico como a nível de abastecimentos.


Relato da Carla Ribeiro

A pedido da redação local, deixo aqui o meu relato face ao desafio superado.

Que este meu contributo seja o alento para muitos daqueles atletas amadores que, tal como eu, só precisam de um pequeno incentivo para percorrer tal distância em estrada.

Mais do que mil palavras, o importante é passar pela experiência e, sobretudo, ter o cuidado em eleger a cidade ideal anfitriã da Prova. Acreditem faz toda a diferença…….Foi o que fiz correndo numa das belas cidades dum país de gosto muito.


Diário de Bordo de Uma Céptica Rendida


21/02/2016 – Dia D – “Maratón de Sevilla 2016”

5.30h – Eis chegado o Dia do Grande Desafio… Quem diria!!!!

A adrenalina e um bom duche de água gelada nos músculos ressentidos, faz-me esquecer as dores nos pés, resultante de um verdadeiro passeio cultural em Sevilha, no dia anterior, visitando a Torre del Oro, a Catedral, o Túmulo de Cristóvão Colombo, a Torre de Giralda e o Museu de Belas Artes, em saltos altos!!!

7.15h – Dia cerrado, um frio de cortar à faca e muito vento,
Os três estreantes da Maratona, Zé Faria, Mario Marcelino e Carla Vélez, entram no transporte local, pagam o bilhete (contrariados!!!) que os levará “muy cerca” do local de Partida.

8.20h -Ao longo do percurso, observo o início da euforia da Festa.
Um verdadeiro mar de gente dirige-se ao Pavilhão do Estádio Olímpico. Este ano, participam quase 14 mil atletas, de diversas nacionalidades. Entre o verdadeiro borborinho, distingo a língua portuguesa de outros atletas e de muitos apoiantes que envergavam a Bandeira Portuguesa e sorrio.

8.35h – Tempo de aquecimento. Muito importante!!! Aquecimento dos músculos que vão ser os verdadeiros protagonistas durante algumas horas.
Como observadora e curiosa que sou, divirto-me a constatar as diferentes reações dos atletas em extravasar as suas emoções.

8.55h – Está quase….

A Avenida D. Carlos III torna-se o verdadeiro palco das atenções. O público, acompanhantes, amantes do desporto e curiosos, há muito concentrado ao longo da Avenida, urram de contentamento e torcem por nós, desejando boa sorte.

9.00h – E assim começa….
(09.05 – Para nosotros!!!)
Ladeada pelos meus dois companheiros de corrida, percorro os primeiros quilómetros até à Cidade, observando o raiar do dia de Domingo sonolento…as ruas já cheias de pessoas, os cafés, na sua maioria ainda fechados, o início de vida de uma Cidade lindissima e cheia de luz, atravessada por dois enormes rios, o Guadalquivir e o Odiel.

Esta é a minha forma de encarar o desafio de qualquer prova. Fazer sempre o meu melhor, superando-me… porém, acima de tudo, enfrentá-la com serenidade, atingir os objetivos exigidos, gradualmente, abstraindo-me do stress que alguns atletas impõem a si próprios e que, por vezes, fá-los desistir antes de alcançar a meta proposta.

Aos 4km, surge um Sol tímido que vence o frio, faz com que os atletas se desenvencilhem de roupa e irradia o trajeto até à Ponte de Sevilha, sobre o Rio Odiel, onde já decorrem as modalidades de paddling, canoagem e corrida.

Sou avisada para refrear os ânimos e manter o ritmo de 6m/km.

Seguimos o percurso ao longo do Paseo de Las Delícias, passamos por Monumentos imponentes como a Torre del Oro, a Plaza de Toros, alguns palacetes edificados para o evento da Expo de 1928, o Teatro e diversas faculdades.

O público é enérgico e acolhedor. Vêem-se vários cartazes de apoio e incentivo. Diversas bandas atuam de forma improvisada. Alguns apoiantes, vou encontrá-los por diversas vezes, em etapas e ânimo diferentes, nomeadamente, os adeptos holandeses, entusiásticos e contagiantes, com as suas perucas laranjas, socas e vestes de cores berrantes características.

A primeira mini maratona já está, 8 km percorridos. Mais dois km, e alcanço o pórtico dos 10km (Tempo Real: 1.00h). 

Abastecimentos e 1º cuidados médicos não faltam. É tempo de trincar algo e pensar que agora é sempre a diminuir.

Entro na Avenida de Kansas, um percurso extenso, uma reta infindável ……mesmo assim a presença de pessoas e incentivo são inequívocos

E vieram os 15km e os 20km, sempre acompanhada pelos meus companheiros que se desdobram em atenções para saber se estou bem. Como os vejo mais ligeiros, insisto para que o Zé Faria faça o seu melhor tempo, foi para isso que andou a treinar 750 km.

Aos 22 km, libero o meu grande companheiro de aventuras e deixo voar o Falcão-Mor.
Finalmente, a vôo solo, este Falcão toma consciência de que ainda falta quase outra meia maratona. Vamos isso! Entretanto, numa curva vejo a minha amiga de passeios culturais, a Teresa Faria que me acena, tira umas fotos e encoraja-me a continuar. Ao lado está uma “señora mayor” que diz: Forza, campeona!!! “. Sorrio, agradeço e sigo o meu rumo.

Aos 25km, a velha lesão do joelho começa a ressentir-se….. abstraio-me, olhando ao redor pensando nos trilhos fofos de Monsanto. Um atleta espanhol, também em dificuldades, passa por mim e instiga-me a continuar, seguimos, sentido a presença um do outro, vai ser por pouco tempo pois as dores que ele sente, retraem-no e fica para trás.

Sigo e defino outro alvo. Desta vez, escolho as meninas da Legião Espanhola. Enquanto pude, segui-as.

Ao longo dos restantes abastecimentos, recorro aos préstimos dos técnicos de enfermagem que, prontamente, espalham spray refrescante e recuperador nos joelhos e gémeos.
 
Um calor reconfortante começa a sentir-se.

Últimos dez km….

E assim vieram os 30km (TReal: 3.16h), de volta ao coração da Cidade. O público ao rubro, gritando: Suerte! Forza! Animo!

As forças são retomadas. Entretanto, cruzo-me com atletas portugueses, alguns deles também estreantes nesta prova. Trocamos impressões breves. E, novamente, os adeptos holandeses destacam-se no meio da multidão, incentivando os atletas.

De ressalvar o seguinte, sempre que um atleta chega aos abastecimentos, em especial, os existentes nos últimos kms, é alvo de atenção única. Toda a equipa de voluntários e staff dirige-se a nós pelo nome próprio. Transcrevo aqui alguns comentários: Vamos, Carla. Animo! Vás muy bien! Excelente tiempo! Sigue, campeona!

35 km- comecei a fazer contas de cabeça, já só faltam 7,195k. Pfff, o que é isso, não é? Vamos gerir o tempo, queremos fazer boa figura!

Posso dizer que estes últimos km foram os mais bonitos da Prova.

O tracejado do percurso foi delineado por forma a refletir toda a beleza do Parque Maria Luísa, o esplendor do Palácio dos Alcazares e a sumptuosidade de La Macarena, a Plaza de España, de modo a inspirar o atleta a retemperar as suas energias.

E assim se fizeram mais 4km…., desta vez mais rápido pois saí do asfalto puro e duro….uma folga maravilhosa para os pés, piso excelente. Até senti que voava!

Km 39 em plena Plaza Nueva e Baixa da Cidade:
O público aglomerava-se. Sons de festa animada ,bandas a tocar, famílias completas a assistir, crianças a pedir para “Chocar” (Tocar nas mãos deles!). Autênticos corredores humanos apertados. Foi com verdadeiro gozo que os atravessei.

Uma pequena subida até à Ponte que faz a ligação para a Isla Mágica e eis que surge o cartaz dos 40km (Tempo Real: 04.34H).

Para grande surpresa minha, ao passar os 41km, verifico que a distância no meu GPS contabiliza mais 600mt para além dos kms referidos.

Não faz mal….sigue!

Último km- Vamos embora. É ali já ao virar da esquina.

Oiço mais encorajamentos de atletas que já tinham terminado a prova e que regressavam a pé rumo à Cidade.

À minha frente, fica o Estádio Olímpico. Entro, desço a rampa de acesso ao interior do Estádio.

Já tinha ultrapassado diversos atletas. Olhei para o GPS, lá se vão as 04.45h..

Paciência…inspiro fundo, e novas forças surgiram para começar a sprintar, mal assento o pé na pista tartin, descolorada e mal tratada pela força do tempo.
Faço a última curva e piso a alcatifa azul de acesso ao pórtico.

Transponho a meta às 04.49h, orgulhosa do feito!


Hecha! Ya está! Como alguns espanhóis disseram: Si lo has conseguido!

Para quem dizia que nunca iria fazer uma maratona na vida, não se portou nada mal.

Beijos e cumprimentos desta céptica corredora rendida à Maratona.

Agora venham os Trilhos, que saudades!!!!

PS: agradecimentos muito especiais aos meus companheiros de corrida nesta louca proeza. À minha parceira e companheira de aventuras culturais em solo português e em terras espanholas. À minha família e amigos chegados, aos meus amigos Falcões e todos os amigos de estrada que me deram alento com as suas palavras encorajadoras antes da partida para Sevilha e antes da prova, enviando mensagens de força!


Relato do Mário Marcelino

Crónica de como fui a Sevilha para passear e acabei a correr uma Maratona

Como já foi referido no relato do José Carlos Faria, há cerca de 2 anos assumimos o compromisso de corrermos a nossa primeira Maratona.

Decidimos que, pela data em que ocorre e pelo ambiente extra prova de que já nos tinham falado, a indicada seria a Maratona de Sevilha, em Fevereiro. Só teríamos de começar a treinar em Outubro, já ultrapassado o calor do Verão, o que facilita um pouco a tarefa.

Devo confessar que não abracei este projeto com muita alegria, apenas porque não privilegio correr em estrada, preferindo as incursões pelos trilhos, onde me sinto mais à vontade, e onde o sacrifício inerente ao esforço que despendemos é recompensado pelas paisagens que se nos deparam.

No entanto, o desafio era aliciante e a partir do momento que é aceite é “para avançar”.

O destino tem destas coisas. Fazemos planos, elaboramos estratégias, definimos objetivos e depois acontece algo que baralha e volta a dar, deitando tudo por terra. Literalmente.

Logo na primeira semana inscrita no plano de treinos, uma entorse de alguma gravidade atirou-me e aos meus planos por terra. Tudo se desmoronou …

Apercebi-me pela recuperação demasiado lenta que ainda não seria desta que colocaria uma maratona no currículo.

Mais uma volta do destino. A Carla Ribeiro tomou uma decisão arrojada e, partilhando embora, a mesma preferência pelos trilhos, resolveu inscrever-se para esta maratona, confirmando-se assim a nossa ida a Sevilha.

Não pude acompanhar os treinos dos 2 candidatos a maratonistas. Fui-me apercebendo de que o José Faria é um atleta meticuloso, não se afastando um milímetro do plano traçado.
A Carla, devido a horários complicados, só conseguia treinar a corrida aos fins de semana, intervalando com treinos de “spinning” durante a semana. Eu também me socorri das aulas do Vítor Ferro e do Márcio para conservar alguma capacidade cardio.

Graças à ajuda do gabinete de Fisio da Ana Lopes a recuperação vai-se dando. Depois interveio o Tiago Aldeia que já me tinha ajudado na recuperação de uma complicada lesão no joelho direito. Umas sessões de osteopatia e um plano de treinos bem delineado começam a surtir efeito, acelerando o processo.

No entanto, os treinos de marcha que comecei a efetuar eram manifestamente curtos para tamanho desafio.

Finalmente, três semanas antes da partida para Sevilha, começo a ensaiar as primeiras corridas, alternando com marcha rápida.

Começo a delinear uma estratégia que me permitiria acompanhar a Carla nos primeiros quilómetros de prova e depois “encostar” sem mais ambições. Quantos seriam esses quilómetros, dependia só do tornozelo …







E começa a aventura!


O relato dos dias que antecederam a prova, já foi feito pelos meus companheiros.

Depois de deixarmos roupa para muda na “Porta N”, dirigimo-nos para o local de partida.

Era um mar de atletas, de todas as idades e nacionalidades que se interpunham entre nós e o pórtico da partida.

A hora da partida aproximava-se rapidamente. Olho disfarçadamente para os meus 2 companheiros e vejo muita tensão. Eu, por outro lado, estou numa fleuma britânica, de quem nada tem a perder. Nem sequer era para estar ali, naquele momento …

Dado o tiro de partida, ecoa um enorme bruá da multidão e lá vamos nós, começando por descer a Av. D. Carlos III.

Levamos cerca de 5 minutos até conseguirmos passar pelo ponto de partida e aí iniciamos os nossos relógios.

Sente-se uma enorme adrenalina em todos.

Aquilo que temia começa a manifestar-se, pois tenho de suster o ímpeto da Carla que parte demasiado depressa. O Zé vai mantendo um passo certo e controlado.
Aos 5 km atravessamos uma das pontes que pulam o Guadalquivir e estamos na Porta de Jerez. Começamos a sentir o apoio dos populares que enchem os passeios para ver passar os “guerreros”.

O percurso segue de perto o rio, enamorado com certeza pela sua beleza, mas aos 10 km o namoro interrompe-se e começamos a internarmo-nos na cidade.

Até aos 15 km sente-se um enorme espírito de festa entre os corredores. Todos falam com todos, perguntando-se quais as origens de cada um.

Vou estando atento aos sinais que o pé pudesse dar mas estava tranquilo porque por esse lado “não pasa nada” …

Começo a incentivar o Zé Faria para que ele ganhasse confiança e alargasse o passo. O treino estava lá e só restava pôr tudo em prática.
Ele começa a alargar o passo e acompanho-o mais um pouco até me aperceber que a Carla perdeu contato connosco. Paro e espero por ela, acompanhando-a até à “Media Maratón”, onde o meu relógio marcava 2:08.

Por volta dos 23 km as coisas começam a alterar-se. A festa já tinha acabado. A Carla começa a sentir dores num joelho e vai ficando para trás, fazendo-me sinal para não parar.
Surgem as dores no pé. Pianinho ao princípio mas sempre em crescendo.

Por volta dos 25 km começo a alternar marcha rápida com corrida. Entre dentes, vou contando até 60 e mudo de velocidade.

Lembro-me dos conselhos do Prof. Tiago e tento manter sempre a melhor postura possível, tentando também colocar o pé de forma a que doesse menos.

Felizmente vão aparecendo postos médicos onde o spray milagroso faz parcialmente jus ao nome.
Uma dorzinha muscular irritantemente insistente desaparece de vez após a intervenção do dito spray.

As dores do pé são mais persistentes e vão-me acompanhar quase até ao fim.

Começo a sentir algum calor, logo combatido com a água dos abastecimentos e a ajuda preciosa das esponjas embebidas que esfrego nas pernas. A sensação de frescura muscular é estimulante e empurra-me mais uns quilómetros.

Esta é de facto uma Maratona especial pela mais valia que representa a população de Sevilha.

Nunca tinha visto igual. São fanáticos no seu constante apoio. Por vezes tive de correr mais cedo do que era suposto, devido ao incentivo que me era dirigido diretamente.

Não podia desiludir aqueles que me chamavam “campéon”, a mim que era um dos corredores do pelotão dos últimos!

Cheguei a comover-me com este magnífico povo mas logo pensava que esta era ainda, e só, a altura de sofrer. O tempo de chorar seria após cortar a meta…

Aos 35 km o sonho começa a tornar-se realidade, não haveria já poder algum deste mundo que me impedisse de acabar. Recomeço a correr com maior desenvoltura.

Atravessamos a zona da Alameda de Hércules, onde o povo forma um corredor estreito por onde passam os corredores. Esta gente, novos e velhos, homens e mulheres, não param um minuto de gritar. Chego a ver polícias de serviço a bater palmas e a incentivar-nos.

Chegam os 40 km. Pulamos de novo o rio Guadalquivir e sentimos a magia da “Isla Magica” a contagiar-nos. Está feito! Estás lá, meu velho!

O passo acelera-se, a emoção cresce, vou acelerando sempre, a dor esquecida a um canto.

Está ali o estádio! Que sensação descer aquele túnel e entrar na pista olímpica!

Vou ganhar! Claro que vou ganhar. Corto a meta, sou um maratonista!

Chegou agora a hora de chorar !!! E também de comemorar!!!


Conclusão
Como creio que ficou bem patente pelas linhas acima, esta prova desencadeou uma emoção em mim que não tem paralelo com qualquer outra em que já participei.
Fiquei a perceber o porquê de se chamar “Prova Rainha”, e ficou definitivamente alojado o bichinho para fazer mais maratonas.
A todos os que me ajudaram direta ou indiretamente a concluir esta aventura o meu obrigado.
Não vou citar nomes, eles sabem quem são.

Relato de Patrícia Caeiro

Já corria a 3 anos e nunca tinha tido vontade de correr uma maratona, até que no Verão de 2015 tive o azar de comentar que o meu marido, que pela 1.ª vez tinha alguma curiosidade em experimentar correr uma maratona, o que fui dizer!!! ele fez logo projetos e idealizou a minha 1ª Maratona para o Porto, em Nov. 2015.

Mas estes projetos geralmente nunca acabam por acontecer como os idealizamos, e este não foi exceção, nas férias de verão parto o braço e o projeto de correr uma Maratona em 2015, teve que ser adiado. Ao olhar para o calendário das provas de 2016 selecionamos logo a de Sevilha, pelo facto de ser perto e pelo seu percurso plano (bom para uma estreante).

Sorte das Sortes a minha colega de ginásio e amiga Raquel que nunca tinha feito uma corrida na vida também aderiu a este projeto, apesar de afirmar que eu era doida. E assim com um empurrão dos nossos companheiros começamos os treinos a 13 outubro, fizemos uma corrida de 10Kms e uma meia maratona, só para a Raquel saber o que era isto de participar em provas.

Em dezembro, após a meia maratona eu e a Raquel fomos obrigadas a parar devido a uma lesão e tivemos que fazer Fisioterapia, um pequeno contratempo que não nos demoveu do nosso objetivo.

Após vários treinos 2x por semana à hora do almoço e aos fins de semana, com muitos croissants do Careca à mistura, lá chegou o grande dia. Os nervos eram muitos principalmente na semana que antecedeu a prova, mas os treinos estavam lá agora era só uma questão de determinação (e cabeça).


No dia da prova quando chegamos à Meta, o meu Garmin que nunca tinha falhado, bloqueou e recusou-se a participar na minha 1.ª Maratona, mas nessa altura o meu pensamento era apenas começar a correr e chegar ao fim e tínhamos o relógio do Pedro, bastava.

Quando se iniciou a corrida a adrenalina era tanto que se só me apetecia disparar mas o meu marido, que tinha a estratégia toda na sua cabeça, tinha estabelecido que íamos tentar correr ao ritmo 6:00/Kms, e assim foi uns Kms abaixo outro acima mas a média final foi de 6:10/Kms.

Ao longo de todo o percurso o meu pensamento foi “Estou cá para correr os 42,195” (apesar de ter corrido 42,57 Km) nunca me tinha sentido tão focada, e o Pedro além de me fornecer as bebidas e o gel, animou-me o tempo todo, sempre a elogiar-me, grande companheiro.

Como nos treinos só tinha corrido a distância máxima de 28 Kms achava que a partir desse Km ia ser duro, mas mais uma vez foquei-me no meu objetivo e só pensava “só faltam xxx Kms”.
Aos 30 Kms já estava emocionada, e tinha o meu marido sempre a repetir o mesmo, “a partir daqui é só cabeça”. Aos 40 Kms nem estava acreditar e dava palmadas nas mãos estendidas das crianças.

Quando entrei no Estádio e vi o 1.º pórtico disse ao meu marido … “vamos dar um sprint final”, pois achei que terminava logo ali, e ele lá me acalmou informando-me que ainda tinha que dar a volta ao estádio, e assim fui com calma a preparar-me para as fotos da Meta, essas não podiam falhar. A emoção foi tanta quando parei (nem sei como é que as pernas obedeceram à instrução de parar, pois na minha cabeça tinha a gravação…não pares de correr, não pares de correr…), que não sou fiquei sem conseguir respirar, como quando vi a Raquel (que acabou 2 minutos à minha frente), agarramo-nos a chorar, é uma grande emoção e um sentimento de Desafio Superado.




Relato de Ana Raquel Silva

Esta é uma história de uma corredora de trazer por casa…que decidiu fazer uma maratona, sem saber onde se estava meter.

Tudo começou quando a minha amiga e corredora Patrícia Caeiro decidiu fazer a sua 1ª maratona e me lança este desafio. Eu que me considerava uma corredora de fim-de-semana, que mesmo assim nem em todos os fins-de-semana corria, lá abracei esta causa. Hesitei um bocadinho, coisa pouca, e nem passados dois dias já me estava a comprometer com ela e a lhe dizer que sim, que iria com ela fazer a maratona.

 

Comecei a perceber onde estava metida quando a coisa é planeada com treinador e tudo. O treinador, Manuel Alves, que também é o treinador de triatlo dos nossos companheiros, desde o início que acreditou (mais do que eu), incentivou e planeou os treinos à nossa medida.

E assim sendo em Outubro, mais precisamente a 13 de Outubro, começámos a treinar. No fim de Outubro fiz a minha 1ª prova de 10kms, a corrida do Montepio. No início de Dezembro fiz a minha 2ª prova, a meia maratona dos Descobrimentos, que também correu bem. Na semana seguinte fiz os meus primeiros 18kms numa passadeira e ganhei…muita pouca vontade de voltar a correr numa passadeira e ainda uma lesão, a dita síndrome da banda iliotibial. Mas como também não percebo nada de lesões e ainda conseguia andar, passado outra semana fui fazer o meu 1º ultra trail na Ericeira, os 20Kms. E aí sim, fui para o estaleiro. No início de Janeiro, numa consulta de Fisiatria, o médico informa-me da lesão que tinha, o tal síndroma e que tenho que fazer uns quantos tratamentos de fisioterapia, três vezes por semana, tratamentos esses que terminaram uma semana antes da maratona. Uma lesão de atleta também já tinha no curriculum, agora só faltava a maratona. Os treinos foram reajustados por causa da lesão e, o treinador quando lhe perguntei se achava que ia conseguir fazer a maratona respondeu: “Então não vai! Claro que vai!”. E fui!

Durante a prova correu tudo bem. O homem da marreta só me apareceu aos 27Kms, ou seja, a dor da dita lesão (joelho e anca). Nessa altura abrandou-se/coxeou-se um pouco e fez-se a coisa! Tentei não parar vez nenhuma e consegui, pois tinha a noção que se parasse iria-me custar muito a retomar a corrida. Quando cheguei ao estádio e pisei a pista, quis acelerar, mas nisto oiço o meu companheiro: “Já corremos o que tínhamos a correr, agora sai de trás dos outros para ficares bem nas fotos”. E passadas 4 horas e 21 minutos terminei a minha primeira maratona. Logo de seguida chega a minha maratonista preferida, a Patrícia, fresca que nem uma alface!


Em resumo a prova foi TOP! Muito bem organizada, com muitos postos de abastecimento, um em cada 2,5kms após o 1º aos 5kms. Muitos atletas, em nenhum momento estive a correr sozinha, havia sempre atletas à frente, atrás, ao lado, a ultrapassarem-me a serem ultrapassados. Muita animação, várias bandas musicais a animar as ruas e os atletas. Um público fantástico, sempre a aplaudir e com ‘dizeres’ de incentivo, muito típico do povo espanhol. E o melhor da prova, foi a participação/contratação de um corredor premium que esteve durante todo o tempo ao meu lado a apoiar, a abastecer-me, a ter variados monólogos comigo (pois não consigo ter grandes ou nenhumas conversas enquanto corro), a sofrer pois apesar de já ter feito três maratonas e três IM’s, nunca tinha corrido durante tanto tempo. Obrigada Pedro!

A pós-maratona, ou seja a recuperação, também correu muito bem. No dia da prova e após esta, mal conseguia andar, já a Patrícia continuava fresca que nem uma alface. No dia seguinte e para meu espanto (pois diziam que o pior eram os dois dias seguinte), conseguia andar normalmente sem dores, só a subir e a descer escadas é que os músculos se ressentiam. Na terça-feira nem uma dorzinha, ao que a Patrícia comentava: “Sabes o que isto significa? Que fomos na treta!”.

E como já tinha tido oportunidade de escrever, de seguida o momento dos óscares: Agradeço à Patrícia Caeiro por me ter desafiado para esta maluquice e ter treinado comigo durante estes meses. Se não fosse ela nada disto tinha acontecido. Agradeço ao meu treinador o Manuel Alves pelos treinos e a dedicação. Um agradecimento em especial ao meu aguadeiro preferido, companheiro maratonista e afins, Pedro Quaresma. Se não fosse ele, a coisa tinha-se feito, mas não era a mesma coisa!...Agradeço também a todos vocês que me apoiaram e ao Careca e os seus croissants.


quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Trail Régua Douro by Paula Batalha

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A odisseia começou com o reunir dos 6 atletas do Millenniumbcp – 2 vieram de Évora, 2 do Tagus, 1 de Lisboa e outro de Sintra. Um grupo muito coeso, ao longo destes 3 dias.

Começámos com uma viagem de 5 horas, com chegada a Peso da Régua ainda a tempo de levantar os dorsais e assistir à actuação do Grupo Folclórico da Casa do Povo de Barqueiros Mesão Frio, no Museu do Douro.

 

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A seguir, jantar rápido para tentar descansar um pouco – quase ninguém o conseguiu fazer ! – antes da alvorada, às 03h45m da matina !

A organização tinha um pequeno-almoço substancial, para todos os atletas que o solicitaram (mediante um pagamento de 4€). Sem reclamações.

Às 05h00m partiram os autocarros, com os atletas da prova dos 44km, em direcção a Mesão Frio. Chegada cerca de 15/20m depois. Único ponto negativo a apontar à organização : o tempo de espera até à hora de partida 07h00m, foi demasiado.

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Às 07h00m começou a prova !

As minhas limitações pessoais não me permitiram preparar convenientemente – ou pelo menos, como eu gostaria ! – para esta prova. Como tal, tinha decidido fazer a caminhada (de 15km). No entanto, o N/ seccionista Edu concordou que se eu não me considerava preparada para fazer o trail, deveria optar pela caminhada… dos 44km ! Após consultar o regulamento da prova, constatei que tería 12h de tempo máximo para fazer esta prova. Resultado : levei em consideração a sugestão do Edu.

Assim que saímos da povoação de Mesão Frio, começaram as subidas.

Depois de várias subidas por entre as vinhas – com umas paisagens espectaculares pelas encostas vinhateiras, aldeias e casarios com gentes muito simpáticas e espantadas com aqueles forasteiros loucos que ali passavam, e desejando-nos sempre um “vá com Deus” – chegámos à 1ª descida a pique, por volta do km 11.

Foi uma descida vertiginosa de cerca de 2km, até Ferraria.

Logo a seguir, regresso às subidas por entre as quintas serpenteando o vinhedo, carregado de uvas, pronto para a vindima.

Se no começo da prova, fomos acompanhados por algum nevoeiro, por volta das 12h o sol apareceu e foi mais uma dificuldade a acrescer às subidas e descidas a pique.

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Em Fontes, o 2º abastecimento foi no quartel dos bombeiros - local da junção da prova dos 80km com a dos 44km.

Em Santa Marta de Penaguião, fomos brindados com um Porto tónico – Vinho do Porto Moscatel, água tónica, ¼ de rodela de limão e uma folha de hortelã – ao dispor dos atletas. Atravessámos o campo de futebol, mesmo pelo meio, que foi regado propositadamente para refrescar os atletas – soube mesmo bem !

Ao longo de toda a prova, as gentes locais indicava-nos onde estavam as torneiras e tanques, para nos refrescarmos e reabastecermos os bidons de água fresquinha – uma ajuda preciosa !

Intervalando com as vinhas, a abundância de maçãs, romãs, marmelos e figos, que de tão carregadas as árvores, caiam ao chão. Abóboras enormes, penduradas nos muros de xisto, que separavam as vinhas, eram também uma constante.

O 3º e último abastecimento foi a cereja no topo do bolo : com um começo da subida de maior inclinação da prova ao km 32,5, e terminando com a chegada ao dito abastecimento ao km 35. De tal maneira violento que, os voluntários nos aconselhavam e ajudavam a sentar nas cadeiras, oferecendo-nos – de imediato – copos cheios de sal (para além de água, coca-cola, fruta, bolachas, e outros sólidos ao dispor em todos os 3 abastecimentos). Após esta paragem, muito bem vinda, ainda tínhamos mais de 1,5 km de subida, mas já não tão inclinada, a última.

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A seguir, e até à meta, era sempre a descer. Parte da descida foi feita por uma estrada romana, que acrescentava dificuldade à inclinação a pique com as pedras escorregadias.

O percurso só suavizou quando chegámos a Peso da Régua, e fizemos os últimos quase 2 km pela ciclovia, junto ao Douro.

Subida de 500 metros, e eis que chegámos ao jardim do Museu do Douro onde estava colocada a meta com pórtico florido (original e bonito), e onde tivemos uma simpática recepção por parte da organização, amigos, família e gentes locais.

Terminada a prova, para além de um último abastecimento à nossa disposição, de um novo Porto tónico (aqui sim, pude apreciá-lo !), tínhamos uma vasta equipa de fisioterapeutas muito simpáticos à nossa espera.

No dia seguinte, na cerimónia de encerramento, novamente o grupo folclórico brindou-nos com uma bonita actuação durante quase uma hora, onde voluntários – o nosso atleta Paulo Pinto, incluído – puderam dar um pezinho de dança em parceria com os elementos do grupo : bonito de se ver !

Parabéns à organização !

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EQUIPAS

Classificação

Equipa

Pontos Trail

1

DESNÍVEL POSITIVO

18

2

SNEAKERS POWER / APRT

11

3

FALCÕES SELVAGENS

7

4

CLUBE MILLENNIUM BCP

6

5

GAIA-RUNNING

5

6

K2RUN

4

7

CLUBE PORTUGAL TELECOM ZONA NORTE

4

8

CENTRO VICENTINO DA SERRA

3

9

BILARUNNERS

3

10

MINHO AVENTURA

3

11

BTT TRILHOS DE PENAGUIÃO

3

O MEU DESAFIO DE FAZER 2 TRAILS COM 12 HORAS DE INTERVALO by Manuel Rodrigues

Tinha-me inscrito para o Trail Noturno Lagoa de Óbidos, já há bastante tempo, quando surgiu a divulgação da realização da meia maratona extreme de Ponte de Lousa.

Como moro perto e conheço relativamente bem a zona de Ponte de Lousa, fiquei com vontade de participar na primeira edição desta corrida de trail, mas como estava inscrito para Óbidos, coloquei a ideia de parte.

Passados alguns dias e como não me tinha esquecido da prova, comecei a pensar que seria um bom desafio fazer duas corridas de ”trail” separadas por 12 horas e assim inscrevi-me na prova e comecei a preparar-me mentalmente para ultrapassar este desafio original.

Chegado ao dia 2 de Agosto, lá estava eu às 8 horas para levantar o dorsal em Ponte de Lousa, o que aconteceu após alguma demora e que acabou por implicar o atraso do início da prova em cerca de 15 minutos.

O tiro de partida foi dado e os cerca de 250 atletas lançaram-se ao caminho, que após uma passagem pelas ruas da localidade, começamos a subir durante cerca de 2 quilómetros, o que acabou por começar logo a fazer a seleção natural entre os participantes.

Eu opei por uma toada com alguma calma, porque sabia que não devia abusar do esforço, já que na prova da noite não queria sofrer muito. Ainda assim fui ganhando muitas posições e na altura em que houve a separação para o percurso mais pequeno dos 9 km, acabei por me juntar a 2 companheiros, que seguiam com um bom ritmo e acabámos por fazer a maior parte do percurso em conjunto, sempre a ultrapassar os que tinham iniciado “a todo o gás” e entretanto começavam a fraquejar.

No ponto mais alto, o cabeço de Montachique, parei para tirar uma foto e acabei por me atrasar um pouco, o que fez com que tivesse perdido a companhia, mas como dali para a frente era praticamente sempre a descer até à meta, optei por seguir no meu ritmo sem acelerar muito.

No final e numa prova que não tinha escalões, acabei os 21 quilómetros em 2h06m34s, na 31ª posição entre os 139 que terminaram a prova.

Com a primeira prova do dia superada, ainda tinha muita coisa para fazer pela frente e tinha que gerir muito bem o tempo disponível.

Entretanto e antes de me deslocar para Óbidos, almocei com a família, passei pela coletividade, onde sou responsável pela escola de ciclismo, carreguei a carrinha, preparei o material e levei os atletas da equipa de cadetes, para participarem no primeiro circuito de ciclismo da Chamboeira.

Gredos Infinite Runs - 26 de Julho de 2014 by Eduardo Ferreira

 

Decorreu no dia 26 de Julho de 2014, a 1ª edição da ultramaratona de Gredos, 120km com 6.500m de desnível positivo acumulado.

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O Clube Millenniumbcp esteve representado por dois atletas, Maria Ribeiro e Eduardo Ferreira, alinharam a partida cerca de 40 atletas, tendo só 14 chegado ao fim, as desistências deveram-se sobretudo ao percurso exigente e as altas temperaturas que se verificaram (quase 40 graus).

Os primeiros 12kms foram feitos praticamente sempre a subir dos 1000m até aproximadamente aos 2400m de altitude, a seguir a descida até ao ponto de abastecimento do km20 era feito por um percurso fabuloso entre rochas e lagoas naturais. Este trilho era bastante técnico e exigia toda atenção.

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Entre os km40 e 60 percorremos uma garganta num vale fabuloso, a temperatura rondava os 40 graus, só aptecia mergulhar nas águas limpas e frescas.

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A partir do km70 fizemos o resto da prova de noite, mesmo assim as temperaturas e o bafo faziam-se sentir.

O Eduardo Ferreira chegou em 10º com o mesmo tempo que o 9º, terminaram 14 dos 34 atletas a partida. Tempo final de 27:47:34.

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Esta prova custou algo mais do que estava habituado, sobretudo devido ao calor e a utilização de uns ténis que já demonstravam algum desgaste.

Como primeira edição nem tudo correu bem, as marcações e os abastecimentos foram as principais falhas, mas a beleza e o espirito da organização e ajudantes fizeram esquecer estes pormenores.

Mais fotos:

https://plus.google.com/u/0/107679397117543364175/posts/Lye5kcGPk5L?pid=6041095686573342546&oid=107679397117543364175

e notícia sempre a participação portuguesa na prova:

Notícia ionline

Trail Monsanto

EMBORA FAÇA CORRIDA DE ESTRADA JÁ HÁ ALGUNS ANOS PELO CLUBE, SEMPRE SENTI UMA ATRACÇÃO PELO TRAIL MAIS NÃO SEJA INCENTIVADO PELAS EXPERIENCIAS RELATADAS PELOS NOSSOS ATLETAS.

TINHA A CONVICÇÃO, QUE O TRAIL TERIA QUE SER O DESAFIO SEGUINTE POR TUDO O QUE ESTA MODALIDADE REPRESENTA.

MINHA PRIMEIRA PROVA FOI EM ABRIL PASSADO NOS TRILHOS DE ALMOUROL,PROVA QUE "CUSTOU", MAS DEU MUITO GOZO E COM VONTADE DE PENSAR NA PROXIMA.

ENTRETANTO,COM PROVAS DE ESTRADA PELO MEIO, DECIDI PARTICIPAR NO PASSADO DIA 21 DE JUNHO NA 2º EDICAO DA LISBON ECO ECOMARATHON , PROVA CARATERIZADA POR DOIS PERCURSOS DISTINTOS, UM COM A EXTENSAO DE UMA MARATONA E OUTRO DE 19 KM. DESIGNADO POR CORREDOR VERDE.

AMBOS OS PERCURSOS SÃO CUMPRIDOS ESSENCIALMENTE POR TRILHOS FLORESTAIS ,CICLOVIAS E UMA PEQUENA PARTE EM ESTRADAS ALCATROADAS.

PARTICIPEI NA PROVA DE 19 KM , COM UM EXCELENTE AMBIENTE DE PARTIDA,PESSOAL DO CLUBE BEM DISPOSTO E SEMPRE ANIMADO COMO É APANAGIO DOS NOSSOS ATLETAS.

O PERCURSO DA PROVA CONSIDEREI ACESSIVEL PARA QUEM ESTÁ A DAR OS "PRIMEIROS PASSOS", PERCORRENDO ESTRADAS E TRILHOS FLORESTAIS BEM COMO OS PONTOS OS MAIS EMBLEMATICOS DO PARQUE DO MONSANTO .

TENDO A PROVA DECORRIDO A NOITE, CRIOU-SE UM AMBIENTE FANTASTICO PELOS LOCAIS QUE PASSÁVAMOS RECRIADO PELAS LANTERNAS DOS PARTICIPANTES, COM CENARIOS FANTASTICOS E MAGICOS .

O FINAL DA PROVA PARA OS DOIS PERCURSOS, CULMINOU NO CIMO DO PARQUE EDUARDO VII COM UM AMBIENTE FANTASTICO A ACOLHER OS PARTICIPANTES COM MUSICA, ANIMAÇÃO E BARRAQUINHAS DE PETISCOS ETC (EXCELENTE PARA UMA NOITE DE SABADO).

A ORGANIZACAO NO GLOBAL ESTEVE BEM, EMBORA CONSIDERE QUE A PROVA PODERIA TER COMEÇADO UM POUCO MAIS CEDO (PARTIDA DA MARATONA OCORREU AS 19:30 E A DOS 19 KM AS 21 HORAS) , ASSIM COMO A CORRIDA DOS 19 KM ACABOU POR SOFRER UMA REDUÇÃO DE 4 KM SEM QUALQUER JUSTIFICAÇÃO JUNTO DOS ATLETAS.

NO GLOBAL GOSTEI MUITO E O "BICHINHO"ESTÁ A CRESCER.

TRAIL DE SINTRA NUNCA MAIS CHEGAS…..

Freita 2014 by Pedro Cordas

À Freita o que é da Freita…

No dia 28 de Junho de 2014 participei no UTSF…vulgo, Freita!

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A participação na Freita começou por ser um desafio que apareceu do nada; não que não tivesse pensado na prova, não que não a tivesse previsto fazer, mas não neste ano, ano em que tinha atingido a marca dos 3 dígitos há apenas um mês e meio, logo sem saber as condições em que me encontrava. Mas a oportunidade apareceu através do Clube Millenniumbcp…e a tentação de uma grande aventura foi mais forte. Quando dei por mim, estava inscrito naquela que é considerada uma das mais duras e difíceis provas de Trail de Portugal e, por consequência, uma das provas mais apetecíveis de concluir.

Para quem não está muito por dentro destas andanças do trail, a Freita é uma prova que se realiza na serra que lhe dá o nome. São 70kms para além do mais duro que possam imaginar, com um desnível positivo de 4000 metros (valor do desnível que temos de vencer em ascensão; em termos práticos, será partir do nível do mar, subir até ao cimo da Serra da Estrela…duas vezes!), claro que temos ainda o desnível negativo (descida), outros 4000 metros. No total é um acumulado de 8000 metros.

A Freita atrai, repele, agiganta-nos, diminui-nos…qualquer um que ande no trail não lhe fica indiferente. É uma prova que tem a proeza de vergar homens e mulheres de muita fibra, rijos, que pura e simplesmente não conseguem vencer a serra, a distância, as dificuldades, o clima. Em 2013 a taxa de desistência foi bem acima dos cinquenta por cento, muitas motivadas pela temperatura que andou na casa dos 40º, portanto, é para esta prova que chego ao Parque de Campismo do Marujal (zona de secretariado, partida e chegada) com os meus companheiros de clube pelas 23h00 de sexta, para levantar os dorsais, comermos um excelente jantar levado pelo Miguel Cruz, avisar que tínhamos chegado bem…espera, avisar como? Não há rede de telemóvel! E dormitar duas a três horas enrolado num saco cama dentro de uma carrinha. Temos uma certeza, não vai estar tanto calor, mas vamos ter chuva.

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A partida da prova é pelas 5h30 (acabaria por ser às 5h45 porque o controlo zero atrasou, mas acho que ninguém se importou muito). Portanto às 4h30 já estamos mais do que acordados – comer, equipar, últimos preparativos, verificações, etc…

Os primeiros quilómetros são feitos no planalto acompanhados de uma paisagem rochosa, plana, rolamos por estradões, com muito cuidado (aos oitocentos metros vejo um atleta que conheço fora do trilho a queixar-se de um pé, mais tarde venho a saber que foi um entorse…alguns meses de treino e preparação que se esfumam ao fim de cinco minutos de prova, é duro, é triste), não é uma progressão particularmente difícil, mas há que ter cuidado com os buracos e as pedras. O pessoal do clube vai em grupo. Vamos avançando com cuidado, ainda estamos no início. Olho para o GPS…não vai a contabilizar os quilómetros - faço reset ao relógio e lá volta a marcar novamente, tudo em andamento.

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Com cerca de 18 kms de prova chegamos ao Rio Paivô, já tínhamos rolado, descido, passado pelo túnel, pode-se dizer que a aclimatização e o aquecimento estava feito: Meus Senhores e Minhas Senhoras, a Freita vai começar! O Rio Pavô é um rio de água cristalina, fria, pura, nascido das entranhas da terra, da rocha, e como tal, na rocha continua, e continua, e muito água vai ter de passar para desgastar a rocha que lhe serve de obstáculo e cama. Foi o primeiro contacto com os reais perigos da Freita – a rocha molhada (pela chuva e pelo rio) com limos que a torna ainda mais traiçoeira, quer esteja submersa, emersa, nas margens, em qualquer lado, é um verdadeiro desafio e perigo. Eu que pensava que a altimetria ia ser o principal problema, deparava-me agora com uma tarefa bem intrincada, progressão bastante lenta, num bailado constante de entra e sai da água, sempre a escorregar. Sempre perigoso. Avançamos por ali cerca de dois, três, quatro quilómetros, perdemos a noção…subimos rocha, descemos, baixamos o centro de gravidade, e andamos com as mão no chão, escorregamos, e escorregamos outra vez, e caímos, e caímos mais, e vemos que escolhemos mal o caminho e estamos numa armadilha de limos e água, e andamos com água até aquase ao peito agarrados a troncos, e sentimos todos os músculos do corpo a trabalhar - esta parte do rio foi das mais difíceis. E vemos atletas que preferem ir a nadar rio acima, deixando um rasto de géis, telemóveis, barras energéticas atrás. Lá acabamos por sair daquela zona, aliviados, e chegamos ao primeiro abastecimento, aos 21 kms, Covelo de Paivô, bem dentro do tempo de corte da organização, 5 horas.

clip_image016clip_image018Continuamos e subimos por um trilho em lage, fantástico, duro, que nos leva à aldeia de Regufe; de seguida subimos mais, sempre com subidas duras que apenas são superadas pelas paisagens que vamos observando. Depois descemos na direção de Drave, uma bonita aldeia de xisto, onde estava o abastecimento dos 30 kms. Em Drave conseguimos reagrupar-nos, não todos, mas sempre fazemos uns quilómetros em companhia. Partimos com destino ao Rio de Frades e às suas maravilhosas piscinas naturais, que emprestam um tom azul turquesa à prova, mesmo com a chuva são uma tentação. Mais à frente, numa zona do leito do rio com muita rocha, acabamos por nos separar novamente e sigo com dois atletas que fazem parte do grupo. Mais uma vez água, rochas e quedas. E mesmo depois de sairmos do leito do rio continuamos num terreno escorregadio e bastante traiçoeiro; subimos e descemos por encostas íngremes, algumas com bastante rocha molhada, numa destas descidas acabo por ter uma queda violenta e magoar ligeiramente uma mão. Todo o cuidado é pouco! Lá chegamos ao abastecimento dos 40kms, em Póvoa de Leiras. Tempo de corte da prova, 10 horas - passamos com muito tempo. Há cerveja, bôla (que também já havia em alguns dos outros abastecimentos) e outros mimos para dar alento.

Saímos do abastecimento, próximo destino…A Besta! (é primeira vez que faço a prova, não sei a que kms é a famosa subida, portanto chego lá sem saber que…é ali)

”Quem construiu” a Serra da Freita deve ter tido um local para vazar o entulho e as pedras que não eram necessárias, ora esse amontuado de pedras é a Besta –

 

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um quilómetro de escalada, por pedras enormes, musgo, árvores, água à superfície das pedras, água por baixo das pedras. È muito técnica e deu-me um gozo enorme fazê-la. É enchermo-nos de alma e subir sempre sem parar. Utilizamos braços, pernas, joelhos, o corpo todo…e está feito!! A Besta é isto e está domada! Falta o resto…

Saímos da Besta para o planalto, para uma zona de eólicas, com estradões e zonas mais técnicas. Depois descemos para o abastecimento dos 50 kms, também por zonas técnicas com muita rocha. Consigo impor um bom ritmo, tanto nos estradões como depois nas descidas.

Após o abastecimento continuamos a descer, entramos numa zona de singles tracks, passamos por uma levada, com passagens difíceis que requeriam muita atenção - numa passagem passo por cima de uma parede estreita com água a correr por cima, não sei se a passagem era por ali, ia sozinho e as marcações passavam por ali, se calhar até havia um trilho ao lado para que o risco não fosse tão grande. Vamos em direção ao rio, até que aparecem cordas de apoio…cordas de apoio significa uma de duas coisas: subida difícil ou descida perigosa, ora, nós vamos a descer…; temos portanto descidas bastante acentuadas pelo meio de árvores, como eu gosto, daquelas que dá para bailar por entre as árvores, o problema é que devemos ter um palmo de lama nas descidas, é portanto impossível correr sem correr um grande risco, ou mesmo andar sem o auxílio das cordas – na segunda corda fico agarrado por apenas uma mão a uma distância razoável do chão, ficou o aviso; lá acabo por chegar novamente ao rio, onde uma cascata nos recebia e os elementos de uma escola de montanha davam um precioso auxílio na transposição de algumas rochas. Temos 54 kms nas pernas e braços, toda a ajuda é bem vinda. Bom, tudo o que descemos…subimos, portanto temos uma subida na medida da descida que tínhamos feito com as cordas; subimos e subimos, depois descemos novamente, e voltamos a subir, sempre a subir até ao abastecimento perto dos 60 kms. Sopa, bifanas e tudo o mais que havia nos outros abastecimentos. Um verdadeiro manjar! Temos o resto da subida pela frente, mais uma vez, dura!

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Continuo então a subir - o abastecimento ficava sensivelmente a meio, no interior de uma aldeia - ao sairmos da aldeia entramos na encosta da serra, despida de árvores, aqui percebo porque tanta gente me falou no mau humor da Freita, está um vento forte e gélido! A subida é feita no lado da sobra, ao entardecer, não visto o impermeável porque acho que a subir acabarei por ter calor, mais tarde terei de o fazer porque está mesmo muito frio e vou a despender energia extra para manter o corpo quente. Durante a subida vejo ao longe outros atletas e os locais por onde tenho de passar, é impressionante a inclinação. É uma subida mesmo muito dura!

Acabada a subida entramos novamente no planalto. Vejo vacas da raça arouquesa a pastar, belos animais! Consigo encontrar o meu ritmo e volto novamente a correr; o terreno é traiçoeiro, muitas pedras, difícil. Pelo meio encontro um atleta que conheço de outras provas, conversamos para os kms irem passando mais depressa, e ali, no meio do nada, tenho uma aula de geologia, ele diz-me que estamos a passar por pedras parideiras, basicamente são pedras “das quais nascem outras”, um fenómeno geológico que ocorre naquela zona – parei para ver o tal fenómeno, é mesmo verdade! Ele segue, vai feliz, o ano passado ficou por aqui, pelos 63kms, não acabou a prova, este ano é possível que seja ele a ganhar à Freita! Chego aos 65kms, último abastecimento. Como pouco, reponho a água e sigo. Faltam 5kms, mas são os 5kms finais da Freita…

O porquê da importância para mim de serem os 5 kms finais da Freita? A Freita andou-me a desestabilizar, como já disse anteriormente mexe sempre connosco! Queria muito acabar esta prova, vêm-me à cabeça as palavras que ouvi quando me inscrevi: “doido”…“louco”…“maluco”. A preparação que fiz, os sacrifícios, os momentos bons, os maus, as pessoas que me ajudaram a preparar a prova, a pessoa que me acompanha ao longe, tudo isso segue comigo nestes últimos 5 kms, tudo isso vem em mim, cravado na alma e no corpo. Estou a entrar na zona mágica da Frecha da Mizarela, do PR7. Estou a 5 kms do fim, mas ainda não acabei…

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Começo a descer a encosta irmã da Frecha da Mizarela, é perigosa e difícil, percebo agora as palavras de um outro atleta: “a Mizarela não é só a subida…é também a descida…” – na altura não percebi, mas agora sim. Maravilho-me com a cascata do lado direito, é enorme. Vou bem psicologicamente, mas muito cansado fisicamente. Caio quatro ou cinco vezes, quedas perigosas. Abrando o passo e faço a descida em modo “baby steps”, mais cinco, dez, quinze minutos, não interessa, já vou fora do tempo que queria fazer, mas muito dentro do tempo para terminar a prova. Chego ao fim da descida. Passo a ponte. Subo ao pé de umas casas – há pessoas que me aplaudem e incentivam, encontrei muitas ao longo do percurso, principalmente nos abastecimentos, algumas conhecidas, outras não, sempre senti apoio.

Começo a subir – para me auto motivar meti na cabeça que não ia parar, seria tudo de seguida, e fi-lo. A paisagem é fantástica, com a pouca luz do dia que resta ainda se torna mais misteriosa. Misteriosamente bonita. Subo a bom ritmo, tendo em conta o cansaço; de repente aparecem uns postes, vejo-os no cimo da encosta, estou ao pé da estrada, cheguei ao cimo – pensei! Mas volto a descer. Desço algum tempo. Meia encosta, talvez. E subo novamente, e acabo por chegar à estrada, agora sim. Sorrio sozinho. Para trás tinham ficado árvores, o verde escuro, sombras, o cheiro da natureza, o som da cascata, musgo que envolvia pedras, lama, água, a Frecha da Mizarela, o PR7 e um pouco de mim…

Quando chego à estrada tenho de continuar a subir, é apenas mais um pouco de alcatrão até ao miradouro, motivo-me; aproxima-se um carro branco que abranda ao pé de mim, abrem os vidros e incentivam-me, uma rapariga diz-me que estou já muito perto, acompanham-me durante umas dezenas de metros, no meu ritmo lento…balbucio um agradecimento. Para eles foi um gesto simples, para mim foi um balão de oxigénio…

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Passo pelo miradouro e chego novamente ao planalto, ao estradão, dizem-me que falta menos de um quilómetro; sigo com a pouca luz do dia a acompanhar-me, decidi que vou chegar sem o frontal ligado, vou conseguir! Durante o trajeto passa alguém por mim em sentido contrário e diz-me que faltam só trezentos metros – o só aqui é tão relativo - apercebo-me pouco depois que essa pessoa foi acompanhar os últimos metros de um atleta que vinha atrás de mim, acabamos por ir os três juntos até à meta. Estava feita a Freita. Tinha acabado de fazer a mítica Freita, e a medalha de xisto com a inscrição de “Finisher” que me balouçava no peito era a prova disso. Na altura não percebi o impacto em mim, uma parte ficou lá…mas trouxe muito mais do que podia imaginar!

Quanto à nossa equipa, todos concluímos a prova (numa prova que mais uma vez teve uma taxa de desistências alta), pelo que foi uma excelente jornada para nós e para o Clube. Penso que todos, com mais ou menos experiência (onde me incluo), têm uma visão muito própria da experiência que foi a Freita, a minha tentei condensar em meia-dúzia de linhas, mas muito mais poderia dizer, acredito que os outros também.

Resultados - Geral

Posição

Dorsal

Nome

Clube

Escalão

Tempo

95

86

Fernando Eduardo Teixeira Vilela

Clube MBCP

M-50

14:59:19

124

269

Pedro Miguel Batista Cordas

Clube MBCP

M-40

15:56:08

135

214

Miguel António Reis Cruz

Clube MBCP

M-40

16:23:14

142

292

Sandro Miguel Santos Jordão

Clube MBCP

SEN-M

16:52:10

179

159

Jose Luis Baceira Farinha

Clube MBCP

SEN-M

17:43:32

Para terminar, um agradecimento ao Clube Millenniumbcp pelas excelentes condições que nos proporcionou para podermos realizar a prova.

Uma referência especial ao Miguel Cruz pela preparação da prova para toda a equipa (caderno de prova), pelo jantar e por ter conduzido o transporte. Muito Obrigado!

A todos, espero encontra-vos numa próxima grande aventura…UTAX 100?

Pedro Cordas