sexta-feira, 13 de maio de 2011

2.ª edição dos Trilhos de Almourol - 2011


Texto 21km (Paula Batalha)

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Com 3 diferentes opções para se fazer a 2.ª edição dos Trilhos de Almourol - caminhada 14 km, mini-trilho s 21 km e trilhos 39 km - optei pela 2.ª.
Encontro de todos os atletas das 3 provas no pavilhão desportivo do Entroncamento. Os atletas da caminhada foram os primeiros a partir, começando a viagem de comboio até ao local de início. Os restantes atletas foram-se dividindo entre os autocarros para a partida dos mini-trilhos (em Constância) e dos trilhos (na Aldeia do Mato).
Ainda o autocarro estava parado, e logo se fez sentir a simpatia e competência da Organização da prova. O elemento da organização que nos coube em sorte para nos acompanhar na viagem de autocarro até ao local da partida dos mini-trilhos, foi a atleta que ficou em 2.º lugar feminino na 1.ª edição. Fomos informados da sinalização específica para esta prova, com chamada de atenção para outra prova a decorrer em simultâneo durante parte do nosso percurso - esta uma prova de BTT - para que não fossemos levados ao engano com diferentes sinalizações. No entanto, devo dizer que não foi preciso porque a prova estava muito bem assinalada sempre com muitas fitas e algumas placas (com o logo do CLAC) e sempre visíveis ao longo de toda a prova. Só mesmo alguém muito, muito distraído se poderia perder...
Após uma viagem de 10 minutos, chegámos a Constância onde aguardámos a hora de início da prova, num pavilhão com casa-de-banho (o que dá muito jeito, antes de uma prova destas!). O início da prova fresquinho não desanimou ninguém, e muito menos um casal de ingleses (que ajudei, traduzindo as indicações que a organização voltou a referir mesmo antes do início da prova) com camisolas de manga à cava!
O começo da prova fez-se pelo meio da vila de Constância, em piso de empedrado e com uma vista espectacular sobre o rio. Antes do 1.º abastecimento - logo ao km 3 - fizemos umas descidas mais acentuadas (uma delas com a ajuda de uma corda lá colocada de propósito pela organização), em que ficou patente o espírito de equipa que reinou ao longo de toda a prova, com entreajuda dos atletas, e que é uma das características que eu muito aprecio nestas provas. De realçar os abastecimentos - ao km 3, 8 e 16 - com muita variedade e quantidade (líquidos e sólidos) e elementos da organização sempre muito simpáticos e prestáveis.
À medida que os km passavam, a paisagem ia-se alterando - umas vezes mais arborizada, outras mais árida, ora plana, ora com mais relevo - mas sempre com uma vista espectacular. Passámos por umas descidas acentuadas que se ultrapassaram ainda melhor com ajuda entre todo o grupo, umas poças de água que se contornaram, pés que se refrescaram quando se atravessou um ribeiro (até soube bem!), e umas subidas bem inclinadas que pareciam não ter fim (e um grande suspiro de alívio quando chegávamos lá acima!).
Passámos também por 2 ou 3 aldeias pitorescas, das quais me lembro apenas do nome de uma: Atalaia, mas essencialmente a prova fez-se quase toda no meio da vegetação (e as flores lindíssimas que encontrámos pelo caminho? e a cama de alfazemas que atravessámos? e o cheirinho a ar puro?). Pelo meio ficaram algumas paragens para tirar fotos à paisagem, aos atletas do nosso grupo (o Pedro Neves e a Ana Luísa que me acompanharam ao longo de toda a prova, e que foram os melhores companheiros que eu poderia arranjar - obrigada!), e trocar máquinas fotográficas entre os diferentes grupos para registarmos imagens para a posteridade de todos os elementos. Já depois do 3.º abastecimento, começámos a passar os atletas mais lentos da caminhada, que nos incentivavam a continuar com palavras de encorajamento.
O final da prova chegou com a última subida da prova, pela ponte que termina mesmo ao pé do pavilhão desportivo do Entroncamento. Após cortar a meta, tivemos à nossa espera alguns atletas do Clube que fizeram a caminhada e os 2 nossos atletas dos trilhos que tiveram de abandonar a prova por lesão (as melhoras para o Pedro Silva e para a Maria do Céu, e que recuperem depresssa!), e logo a seguir mais abastecimento, uma tacinha de barro a cada atleta e uma flor a cada atleta feminina.
Fomos informados, pela organização, da existência de massagens ao dispor de todos atletas e da localização exacta dos balneários. Depois de um banho refrescante, e ainda dentro do pavilhão, tivemos um almoço onde não faltou boa comida (a sopa de feijão com carne, em especial, estava fabulosa!) e em quantidade suficiente.
Se já depois do meu 1.º trilho - Trail de Alvados – fiquei com vontade de repetir esta modalidade, agora confirmei que, de facto, é para continuar a fazer trilhos. Este, em especial, pela paisagem e pela qualidade da organização, é para voltar a fazer no próximo ano!
Paula Batalha

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Texto 39Km (Miguel Cruz)

Sou ainda novo por estas andanças (trilhos). Almourol foi a terceira prova antecedida pelos 21 km em Óbidos e os +/- 36 km de Portel/Alqueva em 2010.
Procuro provas de trilhos pela abismal diferença que há para as provas de estrada - o contacto com a natureza, os diversos tipos de piso, a vegetação, as variações constantes de inclinação do trilho, os cheiros, as cores, a chuva, o calor, o frio, o vento, a poeira, a lama, enfim, tudo diferente em quantidade e formas totalmente imprevistas.
Para Almourol (39 km) estava ansioso, e ouvia opiniões de vários colegas com experiência em edições anteriores para depois verificarmos que são úteis, mas pouco daquilo que haviam contado estava próximo do que encontrei e experimentei, é isto que me atrai nestas provas, ou seja, falta de controlo, apenas controlamos uma pequena parte, os trilhos "mandam", temos de estar preparados para o desconhecido que nos espera.
Aos meus olhos e ainda com a minha limitada preparação e curtas capacidades, posso dizer-vos que esta prova foi exigente - muitas subidas e muitas descidas, passagens estreitas e quase sem alcatrão (1.500 metros somados os pedaços em toda a prova). O clima e a temperatura que se fizeram sentir ajudaram e foram uma mais valia.
Durante a prova gostei particularmente das partes do percurso que acompanharam as margens do rio Zêzere e de alguns dos afluentes. Por vezes o trilho subia as margens a alguns metros de altura que depois de conquistadas presenteavam-nos com uma vista sem igual do rio, depois descia novamente. A passagem pelo Castelo de Almourol é também um momento especial e marcante, lembra-nos que já levamos perto de 30 km.
Com a chegada ao Entroncamento, mais um acontecimento que só nestas provas podemos experimentar. Depois de 5 horas nos trilhos, há uma espécie de choque, voltamos ao nosso dia a dia e que há 5 horas atrás estávamos habituados, pessoas, carros, alcatrão, cimento, vegetação organizada de forma plástica (jardins públicos e particulares), em fim retomamos o ritmo urbano. É estranho quando penso que foram apenas 5 horas, mas na realidade foram 5 horas diferentes e que me proporcionaram uma experiência excepcional e intensa.
Eis a meta: por um lado o cumprir de um objectivo, concluir a prova, e por outro, o desejo de começar a marcar e preparar a próxima prova de trilhos.
Tenho de fazer referência à organização da prova que foi de bom nível e que contribuiu para que tudo tivesse corrido bem. Por fim, e como não podia de deixar de fazer referência, lembro que a minha participação nesta e em outras provas é em grande parte mérito de todos os que ao longo destes anos (3), e em especial nos últimos meses, contribuiram para atingir estes objectivos, companhia, dicas e muita provocação.
Miguel Cruz
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