II Trail dos Alvados - 2011

   
  
Alvados, uma aldeia cheia de história, preservada ao longo do tempo e aninhada num longo vale entre as Serras de Santo António e a de Aire, lá no fundo, juntinho a Mira d’Aire.
Manhã de 20 de Fevereiro de 2011, domingo solarengo a contrastar com o dia anterior com fortes chuvadas e que fazia antever um terreno pesado para os amantes do trail. Nada disso! Estes terrenos pedregosos e inclinados escorrem logo, e, pelas 9h, é lançado um foguete que ao rebentar lá bem alto - novas tecnologias... - assinalou a partida do 2.º Trail dos Alvados, este ano com distância a dobrar - 40 km - mantendo, no entanto, os 20, para quem tivesse menos pernas, e uma caminhada.
Cerca de 3 centenas de participantes distribuídos pelas diferentes vertentes começaram então na senda das fitas que marcavam o percurso. Breve passagem pelas ruas da aldeia para logo começar a empinar por uma mata de carvalhos, com uma descida em “rappel” incluída e passagem pela várzea onde alguma lama e mais água marcaram presença. Daqui para a frente o terreno aplanou e o piso era bom.
Seguiu-se a primeira de 4 subidas mais pronunciadas, e logo após uma descida vertiginosa em piso de cascalho solto, num cenário de cortar a respiração - a fórnea - este anfiteatro gigantesco é sublime! No fundo, uma cascata, e entramos novamente em estradão e passamos pela primeira assistência e cruzamo-nos por quem optou pela caminhada - quase os atropelamos! Estamos no quilómetro 11, e começa-se novamente a subir, mais 2 km à frente aparece o ponto de separação de quem vai para os 20 ou para os 40 km. Bem, e quem optou pelos 40 (não sei se alguém voltou para trás), deu logo de caras com a maior rampa do percurso, cerca de 3 km sempre a subir que nos levariam de novo a um cenário tremendo! O cume da Serra de Santo António, aquela mesmo que dá, ou partilha, o nome com as grutas mais espectaculares de Portugal. Aqui, por estes muros, outrora construídos no arroteamento deste território, um trecho quase plano, bem lá no alto onde soprava uma leve brisa pelas costas e que nos levaria a uma descida sinuosa e bastante rápida, para nos reencontrarmos de novo com os participantes nos 20 km.
Evoluímos por uma mata de carvalhos ao longo de uma vereda bastante irregular. Estamos com 21 km, portanto, a meio, mas já se começa a fazer sentir o desgaste, tanto das subidas como das descidas - pelo impacto acrescido - bem como pela exigência do terreno, que, de bastante técnico em algumas zonas, exige muita atenção e concentração no evoluir da passada. Mais uma subida, para logo a seguir descer bruscamente, quase outro rappel, iniciando um troço que nos levaria até cerca do quilómetro 30 (viva o GPS!), zona de retorno com passagem pelas grutas de Alvados, onde estava uma óptima assistência, com fruta, marmelada, água... e mais 10 km para fazer!
Zona penosa, e para quem foi sempre praticamente sozinho, pior ainda! Trilho sinuoso, a subir, com muitos afloramentos rochosos sobressaídos do solo, cujos gumes afiados poderão ser muito perigosos em caso de queda. Começamos depois a descer, falta cerca de meia-dúzia de quilómetros para o final, e surgem algumas forças adicionais para dar por terminada uma tarefa que já vai em cerca de 3 horas - nada mau! Serpenteando por entre matos e carvalhais, estamos numa zona muito bonita do percurso, abeiramo-nos da aldeia, e uma última incursão pelos bosques circundantes que sempre aqui estiveram! Passamos rapidamente pelos últimos participantes dos 20 km e a todo o gás para a meta, já se houve a música, qual arraial que espera por nós sob o pórtico da meta! Acabou!
Prova muito bem organizada, percurso muito bem marcado, e cada vez mais estreantes nesta modalidade onde sobressai o contacto com a natureza. Todos ficam rendidos, e voltam e trazem mais amigos. E hoje estou aqui sentado em frente ao computador a sonhar com o próximo “empeno” que me há-de dar um andar novo até lá para o meio da semana, mas depois passa!
- Pelo Clube Millennium bcp participaram nos 40 km:
. Pedro Silva - 7.º lugar (03:51:26);
. Arlindo de Deus - 19.º lugar (04:22:09);
. Eduardo Ferreira - 42.º lugar (04:52:10);
. Vitor Gomes - 43.º lugar (04:52:50);
. Fernando Alcides - 46.º lugar (04:54:31);
. Jorge Lanzinha - 48.º (04:56:22);
. Rui Ramalho - 56.º (05:01:16);
. Manuel Pereira - 83.º (05:50:59);
. Paulo Rato - 87.º (05:54:58).
- 20 km:
. Paulo Pais - 54.º lugar (02:55:40);
. Arnaldo Pintéus - 66.º lugar (03:08:19);
. Maria Céu Silva - 93.º lugar (03:29:28);
. Octávio Lopes - 101.º lugar (03:41:45);
. Paula Batalha - 102.º lugar (03:46:08).
De realçar o 3.º lugar no escalão M40 do Pedro Silva e o 1.º lugar do Arlindo Dias em M60. Nos femininos, 2.º lugar para Maria do Céu e 3.º lugar para Paula Batalha.
Este evento teve cobertura da TVI. Os atletas do Clube Millennium bcp aparecem várias vezes com as nossas cores. Veja a reportagem a partir do minuto 44
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