domingo, 1 de junho de 2014

UTAX 2013

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Partimos de noite, chegámos de noite, 13h53m45s depois (no meu caso) regressámos todos (Miguel Cruz, José Farinha, Fernando Alcides e eu) a Castanheira de Pera com os 3 pontos do UTMB no bolso e a sensação de dever cumprido.
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Esta longa jornada começou na véspera com a recolha do dorsal, controlo do material e dormida em solo duro (se é que se pode chamar dormida a 1 ou 2 horas em que de forma intermitente consegui passar pelas brasas) tudo efectuado debaixo de um temporal danado que felizmente se dissipou pela madrugada e que obrigou ao corte de cerca de 12 km ao percurso que acabou por ser de 76 km ao invés dos 88 km que estavam programados.
O tempo no sábado esteve excelente (apenas alguns aguaceiros da parte da tarde) e o tempo, aliado à beleza incontornável da Serra da Lousã e das Aldeias do Xisto foram mesmo os aspectos mais positivos desta prova cuja organização na minha opinião deixou bastante a desejar (marcações deficientes dos trilhos, abastecimentos fraquinhos com excepção do último, ausência de prémio de finisher e duches de água fria no final...) e que compara muito mal com o Grande Trail da Serra de Arga, por exemplo.
A marcação desordenada e insuficiente dos trilhos, ainda que efectuada com fitas das mais bonitas que já vi, da Salomon, originou um engano brutal que logo no 1.º km deixou a maioria dos atletas aos papéis à procura de rumo durante 10 minutos. Este tipo de situações repetiu-se ao longo da prova, sobretudo na parte inicial, onde me enganei várias vezes e que fez com que fizesse ao todo mais 3 km do que os 73 que tinha o percurso. É verdade que alguns desses enganos se deveram somente a mim próprio mas existem falhas de marcação impensáveis como alterar abruptamente e em cruzamentos o lado em que se colocam as fitas ou o facto das fitas vermelhas e brancas às vezes significarem um corte (como habitualmente) e noutras uma indicação para seguir por aí, o que é impensável!
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Comecei bastante lento, na companhia dos 3 colegas e amigos do Clube até à primeira escalada às eólicas, onde aproveitei alguns kms de estradão para aumentar o ritmo até entramos no trilho que nos levaria às aldeias de Catarredor e Vaqueirinho. Ainda era de noite e estava muito nevoeiro pelo que segui com alguma cautela. À medida que o dia começou a nascer e a confiança a aumentar corri em bom ritmo até ao Talasnal, local do 1.º abastecimento.
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As pernas estavam soltas, afinal de contas ainda estávamos no inicio da prova, e foi com alguma facilidade que fui percorrendo o trilho, que passou pelos locais de Casal Novo, Chiqueiro e pelo Terreiro das Bruxas, até voltar a subir às eólicas, desta feita as de Vila Nova. Seguiu-se a aldeia de Gondramaz, local do 2.º abastecimento.
Nesta altura já estava bastante calor e havia muita humidade, foi necessário hidratar bastante mas continuava a sentir-me muito bem e a subir na classificação. Passando pelas aldeias de Espinho e Vale Nogueira em breve chegaria à Lousã onde tivemos o 3.º abastecimento, no Hotel Melia. Cheguei eram 13h05 e serviram-me uma canja de galinha quentinha, não podia ser mais apropriado! Aqui tínhamos a possibilidade de trocar de roupa (preparámos sacos para o efeito cujo local de recolha era aqui) mas como não tinha chovido optei por seguir viagem tal qual estava. Foi a ultima vez que estive com o João Figueiredo que a partir daqui foi sempre em bom ritmo até à meta.
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Regressado ao trilho foi sempre a subir com passagem pela Senhora da Piedade, bonita localidade com um castelo escondido por entre a serra, até ao Candal e, depois de uma subida contínua de 1,7 Km, à Cerdeira, local do 4.º abastecimento, onde cheguei completamente roto! Aos 51 Km (que na verdade eram mais por causa dos enganos) e já com 9h30 nas pernas tinha estourado e a partir daqui fui obrigado a reduzir bastante o ritmo e a intensidade.
Subi mais um pouco até novas eólicas, no Vilarinho, onde começou a chover e estava mais frio pois era ponto mais alto da prova. Também havia novamente nevoeiro, adversidades que só desapareceram quando finalmente começámos a descer a serra, pelas levadas, num trilho estreito, com alguma água e cheio de pedras daquelas que os nossos pés massacrados não querem mesmo percorrer. Foi já em algum sofrimento que cheguei ao Coentral onde me esperava café quente e uma sandes de presunto naquele que foi o melhor dos 5 abastecimentos da prova.
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Nesta altura já só faltavam cerca de 10 km para a meta e como ainda tinha 5 horas a menos face ao tempo limite para terminar (18 horas) senti que já tinha a prova feita e fui sempre a caminhar até ao fim. 2 horas depois, com passagem por Poço de Corga, estava de volta a Castanheira de Pera, onde cruzei a meta quase 14 horas depois de ter partido.
Sandro Jordão
Resultados:
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Altimetria:
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Percurso:
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Fotos em :
https://picasaweb.google.com/112783433689578180526/UltraTrailDaUTAX20DeOutubroDe2013?authuser=0&authkey=Gv1sRgCKH7rNmQh9PqxgE&feat=directlink
Vídeo em :
http://www.youtube.com/watch?v=Wow1biHeGzQ
clip_image032 19/10/2013

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