O meu 1º Half IronMan by Miguel Cruz
Estou a meio caminho para o IronMan
Depois de Sprint de Alpiarça em Fevereiro, depois do Triatlo Olímpico do Estoril em Abril, 3 meses depois, em Maio, chega o dia do meu 1º Half IronMan, no Parque das Nações.
Um pouco de ansiedade, algumas incertezas, perguntas á espera de resposta, enfim, pequenas inseguranças normais numa estreia numa prova desta envergadura.
Uma coisa era clara para mim, preciso ir com reserva e não arriscar tudo a todo o instante.
O dia começou muito cedo, despertar pelas 5h, preparo-me (já tinha tudo prontinho no carro) e ponho-me a caminho do Parque das Nações onde tinha combinado encontrar-me com os restantes atletas do CMBCP às 6h.
No Parque das Nações encontro-me com o Manel Rodrigues, Pedro Caeiro e Rogério Araújo. Estava á espera de encontra-los menos ansiosos do que eu mas enganei-me, estavam igualmente ansiosos e um pouco nervosos, mas muito bem-dispostos e animados. Foi com alguma facilidade e sem qualquer tempo de espera que cumprimos formalidades para entrar e colocar o material no parque de transição, e ainda tínhamos cerca de uma hora pela frente. Pouco depois percebi que é muito importante chegar com tempo para estes formalismos, pois a meia hora da partida ainda havia uma fila com mais de cem metros para verificações e atletas a entrar no parque de transição.
No público muitas caras conhecidas a apoiar, davam-nos naqueles momentos aquela confiança extra para arrancar.
Natação
Correu muito bem, limitei-me a nadar ao meu ritmo, com orientação e fi-lo com conforto e controlo.
Apenas uma peripécia inicial, normal nestas coisas, logo nos primeiros 50 metros um atleta deu-me um pontapé na cara que me arrancou os óculos da cara, rapidamente colocados e toca a nadar.
1ª Transição (Natação para a Ciclismo)
Foi conforme prévia e sem falhar os passos previstos, único reparo á velocidade dos movimentos, mas isso era secundário, não queria cometer erros.
Ciclismo
Neste segmento algumas novidades, a distância (nunca tinha feito mais de 70 km), andamentos e adversidades, estava muito vento por vezes com rajadas em alguns pontos descobertos do percurso. Cada volta (4) implicava pedalar 11 km contra e 11 km com o vento nas costas e a oportunidade de recuperar a velocidade perdida chegando a fazer alguns km com média de 40 km, mas com poucos desníveis. Ainda a rolar na bicicleta consegui
tomar os géis, hidratei bem, mas cometi o erro de não comer as barras que levava na bicicleta, e isso refletiu-se 2ª Transição (Ciclismo p/ Atletismo).
Tudo aconteceu com muita calma, troquei calçado, tirei o capacete e pus o chapéu para me proteger do Sol, começo a correr e como sempre nesta transição as pernas e os pés parecem que têm molas e funcionam com alguma falta de coordenação, mas estavam bem sem dor.
Atletismo
Como não estava muito massacrado da bicicleta, menos até do que no Estoril, fui bem até ao km 7, vi Manel, o Quaresma, o Pedro Caeiro e o Rogério todos com palavras de incentivo e apoio para manter o ritmo e fazer as 4 voltas necessárias para completar os 21 km. Pouco depois do 7º km fiquei sem combustível, as pernas estavam bem, a respiração e batimentos cardíacos também mas não conseguia mover as pernas ao ritmo que queria, comecei a tomar os géis todos que tinha, mas como não tinha levado barras tive de começar a fazer algumas paragens nos postos de abastecimento para as baterias das pernas carregarem novamente. Como não é a primeira vez que tenho de lidar com uma situação destas entrei em módulo “põe-te a andar seja como for para chegar á meta” e cheguei com mais uma boa surpresa, o Pedro Quaresma estava na meta a saudar-me na chegada.
No final estava muito bem-disposto, em melhor estado mental e físico do que em muitas provas de trail ou estrada com distâncias mais curtas, objectivo atingido, fazer menos de 6 horas.
O ambiente do Triatlo também é especial, é diferente do Trail, do Atletismo de estrada ou do BTT, tem o seu carisma desportivo especial, e eu gosto.
Agradecimentos:
-Aos atletas do Clube MBCP da Secção do Triatlo que participaram na prova e os que não participaram, pelo
apoio nos meses de preparação antecedentes ao Half IronMan;
-Aos Colegas e Amigos que foram naquele dia de propósito ao Parque das Nações, ficaram até bem tarde,
só para nos apoiar;
-Ao Clube MillenniumBCP.
Agora que completei o Half IronMan sei que um IronMan está mais perto, quem sabe em 2015.
Miguel Cruz
Triatlo Olímpico by Bruno Vaz
Estreia no Triatlo de Lisboa e na distância olímpica. Para mim o grande desafio passava por triplicar a distância de natação já que até à data só tinha efetuado um máximo de 350 metros em provas de super-sprint.
Com bastante receio de não conseguir concluir os 950 metros a nadar e porque não tinha tido a melhores sensações no segmento de natação em Alpiarça, resolvi nas semanas antes, insistir no treino de natação. Experimentei alguns fatos neopreno na piscina do ginásio, fui nadar para a praia da torre e fiz alguns exercícios de reforço muscular para os ombros. Comentei os meus receios por diversas vezes com colegas mais experientes, que com muita paciência me iam animando e sossegando com a indicação que esta seria a melhor prova para a estreia dado que a natação é efectuada numa zona sem corrente e de água salgada.
Chegado o dia da prova com duas noites de véspera mal dormidas e algum aperto no estômago, rumei juntamente com o melhor apoio que como pai posso ter, a minha filha.
Chegados à Expo, foi deixar o equipamento nazona de transição, cumprimentar alguns colegas e conhecidos. Sempre com o tema da natação da cabeça mas confiante para os segmentos de ciclismo e corrida, pois já tinha experiencia em concluir as distâncias desses segmentos.
Contrariamente aos meus receios, o segmento de natação correu bem, sem incidentes e esforço que comprometesse a restante prova,ficando os níveis de confiança em alta.
Com as palavras de apoio da minha “claque” o ânimo estava em alta e arranquei para o segmento de ciclismo com bastante à-vontade. Tanta confiança que mal entrei no empedrado sinto o capacete a cair da cabeça pelo trepidar da bicicleta, retiro a mão direita do guiador para ajustar o aperto e quando dou por mim, estou estatelado no chão e embato num bloco de cimento. Rapidamente me levanto, vejo que tenho algumas escoriações no ombro, mas como me consigo mexer não me preocupo.
Levanto a bicicleta, verifico que o guiador e a manete direita estão desalinhados e a corrente está encravada. Endireito a manete, não consigo endireitar o guiador, mas consigo desencravar a corrente e verifico que tenho condições para prosseguir e tentar concluir os 45km da melhor maneira. Ando uns metros e oiço barulho de coisas a cair e penso “já foste”! Paro e verifico que tinham sido as garrafas de Co2 que caíram.
Recolhidas as respectivas foi pedalar os 45km com o guiador de “esguelha” e contra um vento fortíssimo que se fazia sentir no sentido norte do percurso, revelando-se a maior dificuldade para superar este segmento.
Antes de concluir o ciclismo e como não sabia bem como é que o corpo ia reagir à transição para a corrida, optei por reforçar com um gel e bebi o resto do bidon para não ter nenhuma quebra de forças.Arranco para a corrida e começo a sentir dores nas pernas onde não é hábito, mas resolvo não dar importância e gerir antes o andamento para concluir a prova. Neste segmento, para além do vento forte sentido no ciclismo, o aumento da temperatura veio adicionar dificuldades acrescidas. Com apoio da minha filha e de alguns colegas que assistiam á prova consegui alguma força adicional para aumentar o ritmo e concluir este segmento em 50 minutos o que, para as minhas previsões, se revelou um excelente tempo. Na meta lá estava a minha filha para me dar os merecidos parabéns e “autorização” para subida de escalão, pois já posso fazer as provas maiores, segundo a perspetiva dela.No final avaliei o resultado da queda e consegui perceber porque é que na corrida me doíam os músculos. Tinha alguns hematomas e escoriações nas ancas, pernas, ombro esquerdo e uma fissura no pé esquerdo.
Venha o próximo desafio...
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