terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Trilhos dos Abutres 2012


Os II Trilhos dos Abutres (Ultra Trail), é a 1.ª prova da época, no que a corridas de montanha diz respeito, desenrola-se na zona de Miranda do Corvo e realizou-se no passado sábado dia 28 de Janeiro de 2012 . Havia 3 provas distintas. O Ultra Trail (45kms, com 2.100 de desnível +), os Trilhos (15Kms) e a Caminhada (12Kms). O Clube Millenniumbcp, mais uma vez, marcou presença com diversos atletas.
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Vou relatar a prova que realizei o II Trilhos dos Abutres (Ultra Trail).
A prova iniciou-se pelas 8.30h da manhã. Apesar do frio que se sentia, lá estavam cerca de 300 atletas para iniciar o Ultra Trail.
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Saída do pavilhão em alcatrão para o pelotão alongar. Subida ao Cristo Rei. Passagem em pontes de madeira ao longo do Rio Dueça, entrada em trilho que nos leva ao Parque Biológico da Serra da Lousã/ Qta. da Paiva (estamos com cerca de 2kms).

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Ligeira subida em trilhos com muita lama no Vale Feijão, com floresta serrada em que praticamente e nesta altura do ano o sol não entra, acompanhando as linhas de água. Muita geada (estamos com cerca de 6kms).
Curta subida, mas acentuada, em estradões, rodeada de árvores de grande porte. Depois de se efectuar a subida, pode-se correr a bom ritmo até à chegarmos a Vila Nova. 1.º abastecimento (estamos com cerca de 10kms).

Saída ainda em alcatrão para umas centenas de metros entrarmos num trilho técnico acompanhado de ribeiras, levadas e moinhos de água da aldeia de Giestal. A 1.ª subida digna de registo. Progressão lenta, devido à tecnicidade do trilho e à sua inclinação (este trilho era igual ao do ano passado). Depois desta subida estamos com cerca de 15kms.
Começamos num caminho de montanha com mato rasteiro, que permite uma boa velocidade de progressão. Há que aproveitar para recuperar energias. Após pequena descida, chegamos à Barragem de Louçainhas, a que fica a maior altitude na Serra da Lousã. Entrada em trilho técnico a acompanhar a ribeira das Mestrinhas. Local onde praticamente não se faz sentir a mão do Homem e que é frequentado por veados, javalis, raposas, etc. A progressão é de alguma maneira mais rápida, pois o terreno permite imprimir velocidade. Chegamos ao Parque das Mestrinhas. 2.º abastecimento (estamos com cerca de 18kms).
Saída com subida inclinada que nos leva ao Observatório Astronómico de Vila Nova e ao marco Geodésico Relva das Tábuas. O ponto mais alto do concelho com 940m de altitude. Local onde na edição do ano passado, atingiram-se temperaturas negativas com bastante vento. Felizmente neste ano a temperatura estava mais amena e também não havia vento. Estamos com cerca de 19kms. O cansaço já se começa a fazer sentir e ainda não estamos a meio da prova…
Seguimos pela cumeada da Serra em estradão, até a uma casota de madeira, onde se inicia um trilho de BTT. Estamos com 21kms.
O trilho BTT vamos faze-lo, mas só em parte daquilo que foi feito no ano passado, já que a meio vamos virar para o nosso lado esquerdo. Aqui caso conseguimos desfrutar da paisagem, para norte, podíamos avistar Coimbra e o vale do Mondego, até à Figueira da Foz. No horizonte estão as Serras da Boa Viagem, Buçaco e Caramulo. Descida em corta-fogo com grande inclinação a massacrar os músculos. Nesta descida pode-se observar a vila de Miranda do Corvo ao fundo, de um plano superior. Paisagens de rara beleza com o tempo a ajudar. Estamos com cerca de 26kms.
Descida bastante técnica com cerca de 2kms, numa pista de Downhill com cerca de 30% de inclinação. Há alturas que descemos de rojo pelo chão… Passamos pelo Santuário da Sra. da Piedade de Tábuas, cuja construção remonta ao séc. XVI. 3.º abastecimento, aqui estamos com 28kms.
Início de subida muito técnica a acompanhar a ribeira da Sr.ª da Piedade de Tábuas. As mãos são para irem livres, ou seja, quem leva bastões é melhor guarda-los na mochila. A dificuldade de progressão devido à subida e ao terreno requerem toda a atenção. Nalgumas partes a subida é feita com a ajuda de correntes colocadas nas rochas…. Segue-se em trilho já não tão técnico mas com algum grau de dificuldade até à aldeia do Cadaval Cimeiro. Estamos com 33kms.
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Seguimos por caminho de montanha e entramos na aldeia de xisto de Gondramaz, vindos da pista de BTT. Esta aldeia merece uma visita mas mais pausada, com a “velocidade” que levamos não dá para apreciar nada…, estamos no km 34.
Aqui damos início a uma descida por um trilho extremamente técnico, onde mais uma vez a progressão é efectuada, na maior parte das vezes de rojo, tal a dificuldade e perigosidade do trilho principalmente na zona mais abaixo do Penedo dos Corvos. Havia algumas cordas presas nas rochas para ajudar à progressão. A paisagem até pode ser bonita, mas os olhos só estão postos no chão, ou, em qual das árvores é que nos vamos agarrar. O trilho segue sempre acompanhado por quedas de água e ribeiros e chegamos à aldeia de Espinho, local do último abastecimento e estamos com 39kms.
Daqui até ao km 43 há um misto de estradas agrícolas e trilhos que já são feitos a bom ritmo de corrida e com progressão, para trás ficou tudo o que era técnico. Já se avista Miranda do Corvo.
Chegada a Miranda do Corvo pela ciclovia e resto da corrida dentro da localidade, com algumas pessoas a aplaudirem a chegada. Esta, é efectuada no pavilhão de onde foi dada a partida. Grande festa montada com a entrada dos atletas feita pelas traseiras do pavilhão, onde entravamos e onde se encontrava o pórtico de chegada. 2 speakers a darem as boas vindas aos atletas onde eram efectuadas logo entrevista em directo aos atletas.
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Para culminar toda esta “odisseia” um banho de água gelada…. Para os 1.ºs deve ter havido água quente o que quer dizer que se lá voltarmos, temos que acompanhar os atletas da frente !!...
Prova muito bem organizada. Abastecimentos com grande e boa variedade de produtos (água, coca-cola, bebida isotónica, banana, laranja, tostas com mel, batata frita, frutos secos, sopa, etc.. Percurso todo muito bem marcado. Só se enganava quem viesse distraído. Às vezes não é difícil, devido ao cansaço, quando progredimos fazemo-lo com a cabeça baixa, o que leva ao engano.
Parabéns a todos os Atletas do Clube Millenniumbcp !!!. Ninguém ficou pelo caminho, chegaram todos à meta, uns com mais dificuldades que outros, com mais ou menos tempo, mas todos chegaram ao fim !!. A Prova pela dureza não era fácil, antes pelo contrário. A introdução de trilhos ou percursos, extremamente técnicos, com elevada dificuldade para o atleta, na minha opinião não trás nada de ganho à modalidade. A progressão, como disse atrás, pelo menos para mim e os atletas que seguiam comigo, é extremamente lenta e de grande perigo.
A classificação dos Atletas do Clube Millenniumbcp no II Trilhos dos Abutres (Ultra Trail) foi a seguinte:
- Arlindo Fria Deus - 91.ª (8.º escalão M50) – 6h:39m:21s
- António José Santos – 141.º (49.º escalão M40) – 7h:11m:01s
- Hugo Luz – 142.º (50.º escalão M40) – 7h:11m:03s
- Nuno Dias Almeida – 153.º (53.º escalão M40) – 7h:20m:51s
- Jorge Lanzinha – 188.º (65.º escalão M40) – 7h:51m:23s
- Fernando Alcides – 190.º (67.º escalão M40) – 7h:51m:32s
- Eduardo Ferreira – 191.º (93.º escalão sénior) – 7h:51:38s
- Vasco Nunes – 201.º (72.º escalão M40) – 7h:54m:55s
- José Pericão Almeida – 224.º (83.º escalão M40) – 8h:09m:59s
- Miguel Cruz – 230.º (88.º escalão M40) – 8h:13m:23s
- Paulo Caetano – 248.º (98.º escalão M40) – 8h:31m:15s
A classificação dos Atletas do Clube Millenniumbcp nos Trilhos foi a seguinte:
- Jorge Martins Silva – 66.º (14.º escalão M40) – 2h:36m13s
Até à próxima !!
Nota: esta prova deu 1 ponto de crédito para a prova Rainha dos Ultra Trails que se realiza no Monte Branco. Para os Atletas que estiverem interessados para o ano e para se poderem inscrever na prova rainha, são necessários 7 créditos. Os 7 créditos tem que ser conseguidos no máximo de 3 provas.

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