Pedro Silva, 3.º lugar no escalão M40
Maria Gabriel (Gabi), 1.º lugar no escalão F35
Arlindo Dias, 1.º lugar no escalão M60




Nasceu uma manhã fresquinha e eu pronto para duas estreias: uma na distância, 29 km - para muitos considerada pequena, para mim merecedora de respeito que até esta prova só havia corrido “meias”; a outra estreia foi no percurso, pois até então estava mais habituado ao alcatrão, com uma pequena, aliás, muito pequena excepção, os 9 km na “Corre Jamor” (espero não estar a ofender os amantes dos trilhos e trails).
Local, largo da feira, em frente à igreja, o ambiente bastante saudável, a boa disposição era geral enquanto se fazia o aquecimento. Não chovia, mas tendo chovido no dia anterior previa-se terreno molhado. Nem isso desanimava aquela malta que se levantou bem cedinho para estar ali pronta para a partida, que aconteceu às 09h00 (com a particularidade de ter ocorrido a mudança para a hora de verão, logo 08h00 antigas). Toca o sino da igreja, toca a buzina, toca a correr.
Logo nos primeiros quilómetros tivemos direito a visitar as Grutas da Moeda, ia eu a entrar e já alguns saíam. A visita foi rápida, mas agradável. Pouco depois, começou a incursão fora do alcatrão, primeiro, alguns caminhos em gravilha, para depois passar a terra batida, pouca, e pedras, muitas. Tinha que se correr aos saltos à procura da parte do piso mais estável. E a subir, sempre a subir. Ao chegar ao primeiro posto de abastecimento, no alto de um monte com alguns moinhos de vento, começou a chover, o que soube bem, para refrescar, mas durou pouco tempo.
Parabéns à organização que usou copos de plástico em vez de garrafas, pois algumas possivelmente iriam ser deixadas ao longo do percurso. Iniciou-se então uma descida com vento, fresco, de frente. Ultrapassa-se alguns, ultrapassado por outros, sempre a correr. Passado algum tempo deixei de ver corredores à frente e deixei de ouvir corredores atrás, só os pássaros e as árvores a abanar com o vento. Passou a ser necessário procurar as fitas que marcavam o percurso e prestar atenção ao terreno, cada vez mais acidentado. Não vi nenhum animal de quatro patas, portanto, é mesmo terreno impróprio para passeios. Assim o tempo passou a correr. De repente, a marca de 15 km percorridos (...já?), ficou a faltar pouco menos de metade. Entrámos numa povoação, mais um posto de abastecimento. Água fresca, marmelada, banana, laranja, é só escolher, mas depressa, não há tempo a perder. Ao sair da povoação, o caminho leva-nos direitos a uma elevação abrupta no terreno - foi quase escalada. Se quando pensamos em descer pensamos em “mais fácil”, enganamo-nos. A descida na outra vertente do monte foi igualmente difícil, com muita cautela para não estragar a festa.
Mais alguns quilómetros, mais um brinde da organização. O percurso leva-nos por um pequeno parque, o Parque Eco-sensorial da Pia do Urso, local muito bem aproveitado e bem cuidado onde em tempos idos, segundo consta, os ursos iam para beber água (”e agora outros ursos vêm correr” - dizia um companheiro que ia mais à frente). Vale a pena visitar. Está planeado para utilização por pessoas invisuais. Mais alguns quilómetros, km 25, vieram as cãibras, nos calcanhares (?), nunca aí as tinha tido, faz sentido, trepar é diferente de correr. Mas não se pára. As únicas paragens foram nos abastecimentos. Mais alguns quilómetros, pois é, parece que nunca mais acaba. Foi o que me pareceu. E ainda devem faltar uns três ou quatro. Uma atleta do CLAC - Entroncamento, aproxima-se e “vamos embora”, diz, “vamos a isso”, digo. Mais uns carreiros, algum alcatrão, curvas, e eis a meta. Mais água, fruta e marmelada, e também uma sopinha, quentinha e saborosa.
Amigos, eu esperava emoções fortes, mas o que se passou superou as minhas expectativas. Foi duro, mas valeu bem o esforço. Os meus agradecimentos aos companheiros desta jornada pelo apoio e pelas palavras de incentivo. Todos me receberam bem. Até à próxima.
Em termos classificativos, destaque para o 3.º lugar do Pedro Silva no escalão M40 e os primeiros lugares dos atletas Arlindo Dias, em M60, e Maria Gabriel, F35.
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