domingo, 2 de junho de 2013

Ultra-Maratona de Trail 101 Peregrinos – Ponferrada (Espanha) - 2013

Como o nome do título indica, realizou-se no fim de semana de 4 de Maio de 2013, a 4.ª edição do Ultra-Maratona de Trail na distância de 101km (na verdade foram 105km) em Ponferrada (Espanha).
Esta prova tem 3 modalidades distintas. BTT, Duatlo e Marcha. Todas com a mesma distância.
Como nota prévia e antes de começar a efetuar o relato da prova, uma refeência aos vencedores da prova na categoria de Ultra-Maratona de Trail que, quer em femininos, quer em masculinos, foram portugueses. A atleta que ganhou a prova feminina de seu nome, Natércia Martins Silvestre, gastou 12h34m29s. O atleta masculino, Albino Daniel Almeida Magalhães, gastou 9h38m40s. Parabéns a estes 2 fantásticos atletas !!
Agora vamos ao relato dos atletas do Clube Millenniumbcp.
A saída de Lisboa estava marcada para as 10h do dia 3 de Maio e não se atrasaram. A esta hora lá estavam, o Hélder Baptista, Pedro Neves, Rui Ramalho, Eduardo Rodrigues, Miguel Cruz, José Farinha, Paulo Rato e o Manuel Pereira, prontos para me apanharem (Jorge Lanzinha). Era o último a ser recolhido, mas também era o 1.º a ser deixado, depois, na volta.
clip_image002Tínhamos 600km de viagem pela frente até ao destino, Ponferrada. Almoço efetuado pelo caminho em Viseu. Restaurante aconselhado e bem aconselhado. Toda a rapaziada bem disposta como se quer numa “aventura” destas.Depois de efetuado a troca de condutores lá seguimos em direção a Ponferrada. Chegámos por volta das 16h (17h espanholas). A primeira coisa a fazer era tratar da dormida no pavilhão bem como reservar colchões onde nos vamos instalar com o saco cama. De seguida tratar da recolha dos dorsais e em boa hora o fizemos, passado 1h a fila era tal que para levantar os dorsais se demorava quase 1h.
Já instalados, verificação do material e roupa para a prova, bem como ver qual a roupa e comida, que iria ficar nos 2 possíveis postos onde se podia deixar saco. A maioria dos atletas do clube Millenniumbcp, optou por deixar um só saco no abastecimento dos 76km. Havia também um abastecimento aos 37km, como disse, onde se podia deixar saco.
Após as verificações havia que comprar o pequeno-almoço do dia seguinte e mais uma ou outra coisa que faltava. Perto do pavilhão onde estávamos instalados há um Centro Comercial com supermercado. Efetuadas as compras, regressamos ao pavilhão para dar um último olhar ao material e comida para ver se está tudo em ordem.
Houve logo quem optasse por entregar o saco para o abastecimento dos 76kms e quem o fizesse só no dia seguinte. Eu fui um dos que optou pela entrega de manhã, mas não sei o que se passou provavelmente mau entendimento com um “nuestro hermano” e o meu saco foi parar aos 37kms, quando queria que ele fosse para os 76kms…
De seguida a fome aperta e lá regressámos ao Centro Comercial para jantar. Uns nas pizzas, outros nas massas, foi assim que decorreu o jantar.
De regresso ao pavilhão, as filas para recolha dos dorsais já levava, à vontade, mais de 1h de espera…
Chegados ao local de dormida, começamos a tratar do resto da roupa e eis que surge um “hermano nuestro” e apaga a luz. Ficámos todos a olhar uns para os outros e o “rapaz” a apontar para o pulso dizendo que já era hora. Vêm para “faturar” como tal têm que descansar. O Miguel Cruz, e bem, foi ligar a luz e olhou o “rapaz” nos olhos e disse-lhe 5 min!!. Quase que tínhamos um incidente diplomático e lá tínhamos que voltar a Aljubarrota J.
Como é hábito nestes “ajuntamentos” há sempre alguém que ressona e este não é exceção. Não sei quem era, mas acho que ainda levou com alguma coisa para deixar dormir o resto dos atletas. Mas estava imparável e passado um bocado lá voltava à mesma música…
Também, nestes “ajuntamentos”, há sempre os “falta de ar”, são aqueles que a 3 ou mais horas antes de começar a prova já estão a preparar a comida a roupa a ida à casa de banho, enfim um sem número de coisas que se fazem em ½ hora mas que devido à tal “falta de ar” leva-os a levantarem-se mais cedo e a incomodar quem ainda quer descansar mais um pouco. Nada de novo e nada a que já não estejamos habituados.
Tomado o pequeno almoço em “família” a azáfama já era muita e os Tugas lá estavam com a “descontra” que nos é tão peculiar a tomar o pequeno almoço sem stress. Preparar umas sandes com presunto para levarmos, o que se veio a tornar crucial a determinada altura do percurso, e tomar o banhito.
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Saída do pavilhão para a rua já todos equipados a rigor e já não voltamos ao pavilhão. Bebemos um café, Delta, pelo caminho e lá vamos em direção ao estádio para a saída.
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Mais uma fotografia, já no estádio e esperando que seja dada a partida para a rapaziada das bicicletas. Ainda tivemos oportunidade de fazer o “aquecimento” dado pelo camarada Hélder J.
A saída das bicicletas, supostamente, deveria acontecer com 15 min. de antecedência em relação à marcha. Tal não se veio a verificar. Achamos mesmo que foi tudo à molhada. Quando demos conta estávamos todos na conversa e alguém disse, “malta é para começarmos a correr, já há atletas fora do estádio a correr”. E, pronto foi dada a partida!!, faltam 13minutos para as 10h (hora espanhola). Saída em pelotão pelas ruas de Ponferrada. O entusiasmo desta nação por estas coisas das corridas, não sei se é assim com as outras modalidades, penso que sim, é extraordinário. Incentivam, batem palmas, chama-nos de “Campeones”!!, uma alegria para quem está a iniciar a tal “aventura” de 101kms!!
clip_image012A saída de Ponferrada é feita com passagem pelo Castelo e por uma ponte antiga e depressa entramos em estradão. Os atletas ainda vão muito juntos. Ora passamos uns, ora somos passados por outros. Ao fim de 38m, estão percorridos cerca de 6kms e estamos no 1.º abastecimento no povoado de Toral del Merayo. Até agora não houve grandes subidas ou descidas e o grupo Millenniumbcp vai compacto. A progressão é feita praticamente em estradão pelos Caminhos de Santiago. Estão assinalados com um marco onde está a concha característica destes caminhos (Caminho de Inverno). Já percebemos que vai estar calor. A temperatura está a aumentar e não se vislumbram nuvens. Chegamos ao povo de Sartalla del Bierzo com 1h.35m e 13,5kms. Encontramos o 2.º abastecimento e à saída do povo fizemos o controlo. Aqui começamos a perceber que os abastecimentos não vão ser iguais aos que estamos habituados em Portugal. Estes consistem em água, aquarius, alguns com bananas, muito poucos com laranjas, coca-cola só houve num, para desespero de alguns atletas do clube J.
clip_image002[4]Já com umas subidas e umas descidas feitas, mas nada de assinalável e quase sempre em estradão, vamo-nos cruzando com alguns atletas de bicicleta que numa das subidas carregam literalmente com a bicicleta às costas. O caminho é indescritível!!, lama, água e muita pedra. Tenho dúvidas que alguém tenha conseguido fazer o caminho montado na bicicleta. Se ir a pé foi uma aventura para não cairmos com tanta escorregadela de bicicleta não há qualquer tipo de tração.
Depois desta subida, efetuamos uma descida em alcatrão, até entrarmos numa povoação onde existe o 3º abastecimento. Mas tal como os outros, bastante fraco. Iniciamos uma subida, depois de percorridos 20km, num misto de estradão e alcatrão. À nossa esquerda “Las Medulas”. Mais à frente falarei deste sítio. Depois de uma subida, vem a consequente descida. Aqui toda ela feita em estradão. Somos passados por atletas de bicicleta e alguns atletas da marcha. Está calor, o sol não dá tréguas. O Grupo Millenniumbcp já não vai todo junto. O Miguel Cruz, José Farinha e o Eduardo Rodrigues, estão com um andamento mais rápido e resolveram “arrancar”. Mesmo assim o grupo fica com 6 elementos. Chegamos a um abastecimento no meio de umas casas, no início de uma subida. Depois de vencida a subida começamos a descer em direcção a “Puente Domingo Floréz”. Ao entrarmos neste povo e mal avistámos um café, entramos e pedimos a bendita da coca-cola. Servida fresca e com rodela de limão e ainda com a sandes de presunto à mistura, caiu, como se costuma dizer, “que nem ginjas” J.
clip_image004[4]clip_image006[4]Logo a seguir e ainda dentro deste povoado, estava o abastecimento dos 37 kms, ao qual chegamos com 4h40m. Aqui o Hélder Baptista, que tinha saco neste abastecimento, demorou-se um bocado e a grupo foi andando, sempre na expectativa, como se veio a verificar, que o Hélder se chegasse a nós.
clip_image008[4]Subida forte e debaixo de calor, sem sombra. Esta subida tem a distância de quase 5km e 500m de altimetria. É dura, vai-se fazendo com calma.



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A paisagem na subida é verdadeiramente espetacular!!
Iniciamos a descida passando por aquilo que parece ser uma pedreira e chegamos ao povoado de San Pedro de Trones, mais um abastecimento. Como todos os outros nada de jeito. Vamos bebendo água e aquarius e comendo praticamente aquilo que trazemos connosco.

clip_image012[4]Vamos a descer e fazemos um “single-track”, penso que é o único digno deste registo em toda a prova, a rapaziada da bicicleta, nalguns pontos tem dificuldade em ir montado, tal a inclinação e a rudeza do piso. Estamos quase e novamente na povoação “Puente Domingo Floréz”. Aqui o Hélder, o Rui Ramalho, Pedro Neves e Paulo Rato, separam-se de nós. Vão mais ligeiros, pelo que eu e o Manuel Pereira ficamos um pouco para trás. Chegados ao povo, novo abastecimento e estamos com 46,5 km e 6h20m de corrida. Saímos do povo pelas “calles” deste, e eis se não quando estamos a passar junto a umas casas e lá de dentro, ouço alguém do grupo que ia à frente a chamar por nós os dois. Nem queria a creditar, tinham sido convidados pelo Alcaide de “Puente Domingo Floréz” para beber qualquer coisa (cerveja, coca-cola, água) e comer um “bocadillo”.
A vontade de sair daqui já é nenhuma, não só pela hospitalidade e a maneira simpática com que o Alcaide nos recebeu, mas também porque sabemos que ainda faltam mais de 60 km para fazer e o calor ainda não abrandou, para além de uma ou outra dor. Enfim, um sem número de razões que que nos leva a pensar se não seria melhor ficar com o Alcaide a beber umas cervejas geladas e comer “bocadillos”. Depressa alguém se lembrou de que já estamos parados algum tempo e que é necessário retomar a marcha.
Iniciamos aqui aquela que foi a mais longa distância entre 2 abastecimentos. Avisados pelo Alcaide já sabíamos que íamos fazer uma subida grande, mas sem grande altimetria ou tecnicidade, aliás, como até aqui, foi feita em estradão. O problema mantinha-se, o calor o que torna a subida ainda mais dura. Como sempre depois da subida vem a descida e vamos em direção ao próximo abastecimento. Este é feito na localidade de Yeres. O Hélder Baptista nesta altura está com bom ritmo e adianta-se ao resto do grupo. Chegamos ao abastecimento já está ele sentado a nossa espera. Entretanto e para nossa surpresa, aparecem atrás de nós o Eduardo Rodrigues e o José Farinha. Tinham estado num café a refrescar-se. O Miguel Cruz tinha seguido sozinho. Estamos com cerca de 55 km e 7h52m de prova. Abastecimento efetuado, há que começar retomar o caminho. Saímos todos juntos. Já sabíamos que agora ainda tínhamos pela frente uma subida digna desse nome. E que subida. O sol já começa a dar tréguas. À rapaziada no grupo que já está a acusar o cansaço, mas o objetivo está traçado. É ir até ao fim. O Hélder nesta altura e porque estava bem fisicamente começa a fazer a subida a bom ritmo e a incentivar o resto do grupo que vem mais atrás. Deixamos de o ver. O resto do Grupo vai um bocado partido mas sempre com alcance de vista. O Manuel Pereira, José Farinha e Eduardo Rodrigues, formam um grupo mais avançado nesta altura, eu e o Pedro Neves a seguir o Rui Ramalho e o Paulo Rato logo atrás. Pelo caminho clip_image014clip_image016
vamos passando alguns atletas de bicicleta. A coisa para esta gente não está fácil.
Chegamos ao abastecimento que fica no miradouro que dá para “Las Médulas”. Só um apontamento “Las Médulas”, são umas formações geológicas formadas pela mão do homem, se bem entendi a explicação. Tratava-se de umas minas de ouro do tempo dos romanos e estes, para efetuarem a extração do ouro, inundavam as galerias com o que acabou por formar as tais formações geológicas e que são património mundial.
A este abastecimento o Eduardo Rodrigues chega mal disposto e com umas sensações esquisitas no coração, o que deixa o grupo muito preocupado. Já não consegue comer, o que é grave. É aconselhado a desistir pois ainda faltam quase 40 km para o términos da prova. Mas o rapaz não quer desistir quer seguir. Eu e o Manuel Pereira lá vamos perguntando como é que ele se sente, ao que ele responde que a “coisa” vai indo. Ficamos os três. O Hélder entretanto ia no encalço do Miguel Cruz. O Rui Ramalho, Pedro Neves e o José Farinha, arrancam e vão mais à frente. Lá vamos gerindo a situação com o Eduardo, mas ele sempre com determinação, pese embora não estar a comer, o que neste tipo de provas não é nada abonatório. O caminho agora é a descer, menos mal. Passamos por umas casas, onde estão 2 miúdas a oferecer água e amendoins salgados (extra organização). Bebemos um copo de água, comemos uns amendoins e agradecemos a amabilidade. Continuamos a descer em direção a “Lá Chana” onde está o próximo abastecimento. Quando chegamos a “quadro” não era o melhor. O Paulo Rato tinha ficado neste abastecimento por se encontrar mal disposto. Queria desistir. Lá o convencemos a vir connosco. O grupo passou a 4. Dois deles não estavam nas melhores condições. Estamos no quilómetro 69 e com 10h de prova.
Saída de “La Chana” pelas ruas do povoado e rapidamente entramos num estradão, que passado pouco tempo se torna num lamaçal, onde andamos durante cerca de 1 km. O estradão nestas condições não ajuda em nada, antes pelo contrário. Vamos progredindo com atenção redobrada aos 2 atletas que não vêm nas melhores condições. Há que incentivá-los a seguir, gerindo a situação. Chegamos a um abastecimento, não cheguei a perceber se era oficial, se era de alguém que tinha montado ali uma banca. Pois quando estamos a chegar já estão eles a levantar a banca. De qualquer das maneiras foram simpáticos e forneceram umas coca-colas e uma bebida que por acaso até caiu bem, estava fresca, que era gasosa com folhas de hortelã.
clip_image018Aqui a rapaziada que vem mal disposta e depois de beber a coca-cola, animou e arribou, mas ainda há muita prova pela frente. Passamos por um Castelo (não sei qual o nome) e vamos tornear o Castelo durante algum tempo.
Chegamos ao abastecimento de Villavieja com quase 75 kms e 11h24m de prova. Aqui e mais uma vez havia um abastecimento extra organização e um abastecimento da organização, mais uma vez fraquito. Estava um senhor com uma panela ao lume com uma sopa que segundo ele dizia tinha carne de javali. Se tinha ou não, não sei, o que é facto e verdade é que caiu muito bem. Este abastecimento tinha controlo. Como já era noite resolvemos e bem colocar o frontal. O Paulo Rato chega aqui ainda um bocado mal disposto. Avalia a situação e começa a pensar em desistir. Esperamos um pouco questionando o Paulo sobre as condições dele. Resolve vestir uma camisola de 1.ª camada para se proteger do frio que já vai caindo. Eu e o Manuel Pereira, resolvemos ir andando. Fica o Eduardo Rodrigues com o Paulo Rato. O nosso andamento já não é elevado pelo que eles rapidamente, e passados 10 minutos, alcançam-nos. Seguimos juntos. Os pés da rapaziada já começam a acusar as horas que levamos em cima deles, mas continuamos firmes na decisão de acabar a prova.
Já estamos de volta a Ponferrada, o que, vai dando ânimo à rapaziada. Do Hélder Baptista e do Miguel Cruz, já nada sabemos, a não ser que vão à nossa frente, já com alguns minutos de distância. Do grupo que também vai à nossa frente (Rui Ramalho, Pedro Neves e José Farinha) nada sabemos, mas pensamos que vão bem. Só quando chegamos a Ponferrada é que sabemos que o José Farinha tinha desistido e ficado no abastecimento anterior.
Depois de fazermos uma descida chegamos novamente a um povoado do qual não me recordo o nome, onde está o abastecimento dos 78 km e onde há possibilidade de trocar de roupa ou de ténis, ou mesmo abastecer de comida. Era o 2.º ponto que a organização disponibilizara para os atletas enviarem um saco com os seus pertences. Estamos com 12h15m de prova.
Surpresa!!, o meu saco não estava no abastecimento. Tinha ido parar ao abastecimento dos 37 km. Depois de algum tempo a procurar constatei o óbvio. Não estava!!. Não há que esmorecer. Seguimos, mais um controlo. Ainda vamos ter que fazer umas subidas, mas já nenhuma de grande registo e chegamos a “Santalla Del Bierzo”. Mais um abastecimento. Aqui mais ou menos composto. Até coca-cola havia e mais uns grelhados esquisitos que esta rapaziada espanhola come. Não nos atrevemos muito nos petiscos deles mas mesmo assim lá vamos “picando” numa ou outra coisa que eles nos dão. Já falta pouco. Estamos no quilómetro 89 e com 14h06m de prova. Agora já estamos no caminho inverso e comum ao do início da prova.
Depois de uma subida e consequente descida chegamos a “Villalibre de la Jurisdicción”, onde e mais uma vez havia um abastecimento extra-organização. Como umas bolachas recheadas com chocolate que me é oferecido por uma “guapa”. Agradeço e “toca a andar” que já falta pouco. No abastecimento oficial logo um bocado mais à frente havia o aquiarius a água e laranja. Eu e o Manuel Pereira empanturramo-nos em laranja. O Manel não se queria vir embora, as laranjas eram mesmo boas e estavam a saber muito bem!! J. Estamos com 94 km e 15h 11m. Aqui e como já vamos junto a um rio a temperatura cai bastante. Na saída deste abastecimento senti frio. Fui à mochila e tirei a camisola de 1.ª camada. Estou mais confortável para acabar o resto dos km que nos faltam. Lá prosseguimos. Os pés já há muito que vêm a avisar que não estão bem, mas já falta pouco!!. Curiosamente doem menos quando corro do que quando estou a andar.
O Eduardo Rodrigues e o Paulo Rato, nesta altura da corrida arribaram e muito, ao ponto de irem à frente a “abrir caminho” e esperarem por nós para finalizarmos a prova. Mesmo assim, nesta última parte do percurso somos passados por alguns atletas. Só que estes atletas não correm, tem um bom ritmo a andar, mas já não conseguem correr. Nós pelo contrário ainda conseguimos correr.
Há já algum tempo que avistamos Ponferrada. A entrada na cidade é feita por outro lado que não aquele por onde tínhamos saído de manhã. Junto ao rio Sil, num parque da cidade bastante cuidado. Pena ser de noite, não dá para apreciar muito. Vamos passando alguns atletas que nos tinham passado e que como disse não conseguem correr. Está à vista a meta, conseguimos trotar. Mais atletas passados antes da meta. Quando estamos a chegar ao pavilhão onde está instalada a meta, avistamos cerca de 8 atletas espanhóis e com o nosso incentivo conseguimos que eles trotassem e acabamos a prova todos juntos. Passados 18h.11min, eu, o Manuel Pereira, o Pedro Rato e o Eduardo Rodrigues, finalizávamos a prova de 101 Km Peregrinos (na verdade foram 105 kms).
Parabéns aos atletas do Clube Millenniumbcp por mais uma prova superada!!
Uma palavra ao José Farinha. Não é fácil tomar uma decisão de abandonar uma prova, muito menos a 20 km de a finalizar. Sei o que estou a dizer pois já desisti em 2 provas de Trail. No entanto, há que continuar a treinar e a acreditar que se consegue e tu tens esse espírito. Portanto ÂNIMO E FORÇA!!.
Classificação
71 – Hélder Baptista – 17h.05m;
72 – Miguel Cruz – 17h.05m;
79 – Pedro Neves – 17h.17m;
80 – Rui Ramalho – 17h.17m;
97 – Manuel Pereira – 18h.11m;
98 – Paulo Rato – 18h.11m;
99 – Eduardo Rodrigues – 18h.11m;
100 – Jorge Lanzinha – 18h. 11m.
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