quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Trail Lousã - 30Km - 2012

10 DE NOVEMBRO DE 2012
Falar nas Aldeias do Xisto é falar numa das regiões mais bonitas de Portugal e um local para excelência para a prática de desporto de aventura.
O tempo durante a semana assustou, chuva torrencial de certeza que ia causar estragos nos trilhos. Mas nada que nos desmotivasse.
Chegámos à Lousã de manhã com a esperança que não chovesse durante a prova, mas pelo cenário que apanhámos pelo caminho, nem com um milagre de Fátima isso ia acontecer.
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O Clube Millennium BCP, esteve representado na prova de 30kms, pelos seguintes atletas: Paula, Batalha, Carla Ribeiro, Paulo Fiúza, Oscar Marques, Luís Prazeres, Mário Marcelino, Jorge Soares, Paulo Caetano, Jorge Lanzinha, António Santos e Paulo Pinto, a que se juntou a Céu Movilha (esposa do Pedro Silva habitué nestas andanças).
Nos minutos antes da partida a chuva intensificou e o frio também. Houve várias táticas dentro do nosso grupo: calças, calções, casacos, impermeáveis…cada um de nós escolheu uma tática diferente.
Foi num ambiente de festa que por volta das 10:00, os atletas iniciaram a sua participação no Trail da Lousã. As condições climatéricas não eram as melhores, chuva, frio e algum vento. Com algumas centenas de metros percorridos dentro da cidade, cedo fizemos a incursão à Serra da Lousã. De imediato percebemos que esta seria uma prova diferente, a grande beleza da Serra da Lousã, associada ao início bastante técnico de prova, foram sendo indicadores de uma prova que iria primar pela beleza paisagística e pelo terreno muito técnico, com passagem pelo Castelo da Lousã e as povoações de Candal, Talasnal, Casal Novo.
Os primeiros 10km da prova foram brindados com trilhos muito bonitos, em que o single track era a palavra de ordem, com um troço de cerca de 1,5k sobre uma “levada”, onde houve um verdadeiro desafio às vertigens dos participantes. Com as pedras molhadas, as folhas dos castanheiros no chão, algumas castanhas também que aumentavam o perigo, foi com muita precaução que foi feita esta parte – Juízo ou o precipício!
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No primeiro abastecimento, aos 7,5 km, consegui juntar-me ao Jorge Lanzinha e ao António Santos(Tó Zé) , que “autorizaram” que lhes fizesse companhia até ao final.
Seguidamente iniciou a verdadeira subida, inicialmente por trilhos que serpenteavam a “Floresta Encantada”, terminando num corta-fogo que em 1,5km nos fez subir cerca de 400m.
Terminada a subida de imediato iniciamos aquele que foi o grande momento desta prova, o SPA!!! Com o tempo que se fez sentir o terreno estava coberto de lama, portanto quando iniciamos a descida fomos brindados com um festim de lama. Não houve aderência que durasse, as sapatilhas transformaram-se em patins. Foi uma parte algo perigosa da prova mas em que soubemos aproveitar ao máximo! Deu para tudo, para descer a alta velocidade, para cair, para deslizar, para fazer SKU, e para ajudar os outros. E é claro para um verdadeiro banho de lama, tratamento de SPA que só o Trail nos propicia.
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A partir daqui iniciou outro grande momento da prova. O cruzamento dos atletas das duas provas. Nesta altura os participantes do UTAX (82 kms) levavam já cerca de 42km e os do trail da Lousã 18 km. O ambiente de convívio e de motivação entre os atletas das duas provas foi de salutar. Nesta fase, mais um obstáculo aos atletas menos preparados para a escalada – a travessia em cordas de uma pequena parede vertical que o trilho nos oferecia, sem dúvida um momento bem diferente e divertido, que juntamente com a beleza da serra nos propiciou grandes momentos.
Depois de mais um obstáculo ultrapassado, continuamos a serpentear a serra, descobrindo as aldeias perdidas da serra onde o Xisto é Rei. As subidas ingremes teimavam em aparecer, assim como as descidas técnicas em terreno muito traiçoeiro. Os km nas pernas já iam pesando e continuar a descer neste tipo de terreno cada vez se ia tornando mais perigoso. A altimetria da prova dizia que ainda faltavam descer bastantes metros, mas estes já seriam realizados num estradão, para quem tivesse ainda pernas, poderiam ser feitos a “voar”, para os demais seriam uma tentativa de proteger ao máximo o impacto nas articulações e correr.
Eis que a densidade de árvores começa a diminuir e começamos a ver a ‘luz no fundo do trilho’ onde um voluntário nos diz: ‘ só falta mais um km em estrada até à meta’. Um sorriso nos lábios se forma e continuamos a correr numa tentativa de acelerar a cadência do passo e mantê-la dada a natureza do novo terreno. Mas o voluntário nos havia enganado, foi o km mais longo que já percorri… depois de percorrer grande parte da cidade da Lousã, avistamos a meta e completamos os últimos metros a sorrir.
Muito mais haveria para dizer sobre o percurso, mas apenas digo que foi das provas mais bonitas que fiz em toda a minha vida. Subidas tipo paredes intermináveis que punham à prova toda a nossa capacidade de sofrimento, trilhos técnicos empedrados e com muitas escadas à mistura, ora a subir ora a descer. E as passagens pelas Aldeia de Xisto? Simplesmente inacreditável !
Obrigado mais uma vez ao Jorge Lanzinha e ao António Santos, pois sem a companhia deles, não conseguiria efetuar o tempo de 5h25m, que para mim foi fantástico.
Paulo Pinto

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